Relação

Após quatro anos, atacante Ademir fará seu último jogo pelo América

O contrato se encerra no fim de dezembro, mas nesta quinta-feira (9), o atacante vestirá a camisa alviverde pela última vez

Por Duda Gonçalves
Publicado em 08 de dezembro de 2021 | 11:24
 
 
 
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Nesta quinta-feira (9), no jogo contra o São Paulo, na Arena Independência, chegará ao fim uma relação histórica entre Ademir e América. 1.344 dias depois de sua chegada  o Fumacinha vai escrever o último capítulo, e selar a separação. O adeus promete ser carregado de felicidade, lembranças positivas e agradecimentos por parte daquele que marcou seu nome na história recente do Coelho.

Primeiro encontro e a paixão

O flerte ocorreu no Campeonato Mineiro de 2018, quando o atacante estava no Patrocinense. E apesar do início da relação, a confiança demorou a surgir. Contratado, em seu primeiro ano, foram apenas 14 jogos e um gol, além das outras seis partidas e dois gols pelo time Sub-23. No ano seguinte, poucas aparições, nenhum dos 13 jogos foi como titular, e apenas dois gols marcados. 

Precisou passar pelo crivo de Enderson Moreira, Givanildo Oliveira, Maurício Barbieri e Felipe Conceição, até firmar o relacionamento com Lisca. Foi então que Ademir assinou de vez os papéis e 2020 foi o ano mágico para os dois.

Ademir seduziu o clube e seu torcedor ao ser uma das principais peças do elenco na campanha histórica da Copa do Brasil de 2020 e no vice-campeonato na Série B no mesmo ano. Foi decisivo, fez 50 jogos, sendo que iniciou 40 deles, marcou 14 gols – vice-artilheiro, atrás de Rodolfo – e deu três assistências.

Nas boas e nas más

O destaque do camisa 10 fez surgirem curiosos que tentaram, de alguma forma, dificultar a união. Ademir foi sondado por clubes do exterior, mais especificamente de Portugal, e do Brasil, como o Palmeiras. O time paulista meteu a colher na relação de Ademir e América, e em março iniciou tratativas para contratar o atacante.

O jogador chegou a ter uma desavença com a diretoria alviverde ao se recusar a entrar em campo contra o Treze-PB, pela Copa do Brasil, o que o deixaria impedido de atuar por outra equipe na competição. O Palmeiras fez proposta de R$ 5 milhões ao América, que permaneceria com 30% dos direitos econômicos do atleta, mas as negociações não vingaram.

Ademir não estava em sua melhor temporada. “É notório que nesse retorno (da temporada) ele caiu muito. Já é o quarto jogo que a gente faz e ele não consegue repetir as atuações do ano passado”, disse Lisca, em março, durante o Campeonato Mineiro. Mesmo com a desconfiança pairando no ar, o camisa 10 se manteve no clube

O ‘sim’ em definitivo

Quando finalmente conseguiu se firmar novamente no time titular, já no Campeonato Brasileiro, Ademir sofreu uma lesão na parte posterior da coxa direita, no jogo contra o Palmeiras.  Ficou um mês no departamento médico, e ao retornar, Vagner Mancini deu a tão esperada oportunidade.

“Pelo que vi do atleta em campo, ele está muito disposto a ficar, ajudar o América até o final do seu contrato. É um atleta que sabemos que no ano que vem não estará no América, mas que se propôs a encerrar o contrato jogando de forma digna, isso mostra o caráter”, disse Mancini.

Ademir retornou aos gramados, recuperado de lesão para escrever seu nome na história do clube. No Campeonato Brasileiro, foi um dos principais jogadores do time. Atuou em outros 25 jogos, marcou 11 gols e deu três assistências.

Até que o Galo nos separe

Ademir tem contrato com o América até o fim deste ano, mas optou por não renovar com o time para a próxima temporada. E como toda relação tem seu fim, o camisa 10 assinou um pré-contrato com o Atlético, em julho, para defender o clube em 2022. O Alvinegro vai desembolsar R$ 3 milhões de luvas em sua contratação.

O Fumacinha evitou durante toda a temporada falar sobre a ida ao rival. Assegurou seu compromisso com o América, pois, não queria desviar o foco do ano importante do atual clube.

Outrora, Vagner Mancini definiu Ademir como a cara do América: “aguerrido, que se entrega, de coragem”. Assim, resume-se o que foi o curto e intenso relacionamento. Nesta quinta-feira, a separação vai ocorrer. A expectativa da torcida americana, que acompanhou e vivenciou de perto a relação, é que seja de forma amigável, fraternal e histórica, como foi a passagem de Ademir pelo América.

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