Mais posse, mais pressão e mais finalizações. As estatísticas do jogo entre Botafogo e Atlético, na noite desta quarta (19), foram favoráveis em sua maioria ao Galo. Apesar disso, o placar rendeu três pontos ao clube carioca no Campeonato Brasileiro: o Botafogo venceu o Atlético por 2 a 1 e impôs não só a primeira derrota do time mineiro na competição como também a primeira de Jorge Sampaoli no comando da equipe. Luiz Fernando e Caio Alexandre marcaram para o Glorioso, Igor Rabello descontou.

O Atlético finalizou 30 vezes, contra 10 do Botafogo. A derrota, válida pela quarta rodada, expôs um time pouco eficiente que foi ultrapassado pelo Internacional e perdeu a liderança do Brasileiro. Na próxima rodada, o Galo vai enfrentar justamente o Colorado, fora de casa. Já o Botafogo, que conseguiu sua primeira vitória no campeonato, vai enfrentar o Flamengo. 

Muitas chances, pouca eficiência

O destaque do jogo no primeiro tempo foi o goleiro Gatito Fernández, do Botafogo. O Atlético finalizou 15 vezes só na primeira etapa, contra cinco do time carioca, mas o placar do primeiro tempo foi na contramão do que as estatísticas exibiram. Os times foram para o intervalo com o Botafogo vencendo por 1 a 0, gol de Luiz Fernando em lance de contra-ataque. 

O Atlético abusou de exibir ineficiência na finalização. De chutes ruins de Alan Franco e Allan para definições perigosas de Guilherme Arana e Júnior Alonso, o Galo criou mais chances e propôs mais o jogo, mas não teve a eficiência necessária para largar na frente.

Com o meio-campo um pouco desconexo e sentindo muito a falta do Nathan, o Atlético não tinha uma referência na criação. Hyoran e Alan Franco tentaram concentrar a armação da equipe, mas nada que conseguisse servir com qualidade os atacantes. Pelos lados, Keno e Marquinhos seguravam demais a bola.

Pelo lado do Botafogo, a estratégia era clara: armar bem a defesa e partir em contra-ataque. O técnico Paulo Autuori começou com Luiz Fernando, Luis Henrique, Matheus Babi e Pedro Raul, quatro peças bastante ofensivas, justamente para explorar os contra-ataques no Nilton Santos. Assim foi o gol do primeiro tempo e uma chance muito perigosa de Pedro Raul aos 46.

Tudo ou nada

A conversa de Sampaoli no intervalo não teve um resultado imediato como contra o Corinthians, por exemplo, em que o Galo voltou quente para o segundo tempo. No Nilton Santos, o Atlético retomou para a etapa final exibindo pressão, criando chances, mas sem conseguir estufar as redes.

Sampaoli chegou a ficar com quatro atacantes em campo, com Keno, Marquinhos, Savarino e Marrony. Este último foi substituído por Bruno Silva, mantendo a pressão com quatro peças de ataque. Mesmo povoando lá na frente, o treinador viu uma equipe que carecia de mais qualidade na armação, alguém que desse um passe mais incisivo e quebrasse linhas.

Nada deu certo no Rio de Janeiro. Savarino chegou a acertar a trave, enquanto o Botafogo teve um gol anulado. Pressionando no ataque e com a tentativa de ser mais agressivo, o Galo terminou o jogo com Mariano e Mailton na lateral direita, mas não conseguiu efeitos positivos. Caio Alexandre ampliou nos minutos finais e Igor Rabello chegou a diminuir. O Galo perdeu após 12 jogos de invencibilidade, e Sampaoli também conheceu sua primeira derrota no comando do time. 

Botafogo 2x1 Atlético

Motivo: 4ª rodada do Campeonato Brasileiro
Data: 19 de agosto
Local: estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
Arbitragem: Flávio Rodrigues de Souza (SP), auxiliado por Neuza Inês Back (SP) e Alex Ang Ribeiro (SP). VAR: Marcio Henrique de Gois (SP).

Botafogo: Gatito Fernandez; Barrandeguy (Fernando), Marcelo Benevenuto, Kanu e Danilo Barcelos; Luiz Otávio (Caio Alexandre), Guilherme, Luiz Fernando (Ruan) e Luis Henrique (Bruno Nazário); Matheus Babi e Pedro Raul (Rafael Foster).
Técnico: Paulo Autuori

Atlético: Rafael; Guga (Mariano), Igor Rabello, Júnior Alonso e Guilherme Arana; Allan (Jair), Hyoran e Alan Franco (Savarino); Marquinhos (Mailton), Keno e Marrony (Bruno Silva).
Técnico: Jorge Sampaoli

Gols: Luiz Fernando (26' 1T), Caio Alexandre (42' 2T) e Igor Rabello (50' 2T).

Cartão amarelo: Danilo (BOT)