Substituto de Rodrigo Santana – demitido há menos de três semanas –, o técnico Vagner Mancini foi recebido em um ambiente “muito hostil”, usando as palavras do próprio treinador. São apenas quatro jogos no comando da equipe, mas, desde o primeiro, contra o CSA, no dia 16, em Maceió, ele é chamado de burro por parte da torcida.
O Galo perdeu mais uma, na última quarta-feira, contra a Chapecoense, no Independência, e Mancini foi, novamente, alvo dos torcedores. O treinador foi contratado, a princípio, apenas até o fim do ano, para “apagar o incêndio” da pior temporada do clube desde 2011.
O nome do treinador não agradou a torcida do Atlético. Três a cada quatro torcedores foram contra a sua contratação, segundo enquete do SUPER.FC, feita logo depois que ele foi anunciado. Embora tenha anos de experiência no cargo, o currículo de rebaixamentos por outras equipes pesou contra.
Trabalhar em um clima assim não é fácil, mas o treinador está calejado quanto a isso. “Eu não ligo, porque são tantas vezes, porque aqui no Brasil já estamos acostumados. Eu não concordo, mas a minha opinião não importa. Vamos lutar para que o quadro seja outro desde já”, disse o treinador.
Embora tenha comandado o time poucas vezes, Mancini vive uma situação que justificou a demissão de seu antecessor, bastante hostilizado após goleada do Atlético, por 4 a 1, para o Grêmio, no Horto.
“Começaram a acontecer questões que extravasam o profissional. Começa a afetar a pessoa física e o indivíduo”, explicou o diretor de futebol Rui Costa, na ocasião.
Vagner Mancini sabia do desafio que teria do Galo, mas entendeu que bons resultados poderiam mudar a opinião do torcedor. Só que, em quatro jogos, foram duas derrotas, um empate e apenas uma vitória.
“Eu enfrento todos os problemas, nunca virei as costas. Obstáculos a gente tem. Se eu cheguei e encontrei isso, tenho que desamarrá-lo o mais rápido possível, junto com meus atletas, comissão e diretoria. É um ambiente do futebol, que muda quando a gente vence”, ponderou.