Um dia depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 8 votos a 3, permitir a criminalização da homofobia e da transfobia, o público presente no Morumbi deu vexame na Copa América. Sintomático.
Com poucos minutos de bola rolando para a partida entre Brasil e Bolívia, a abertura da Copa América 2019, os gritos homofóbicos que tomaram conta do futebol brasileiro depois do Mundial de 2014, herança dos mexicanos, foram ouvidos em alto e bom som a cada reposição de bola do goleiro Lampe Porras, da Bolívia.
A prática seguiu, alternando gritos mais incisivos e outros bem tímidos, dependendo do nível de "cera" interpretado por um público bem silencioso no Morumbi.
Os cânticos já renderam punições à seleção brasileira. Em 2017, por exemplo, a conta já chegava a oito penalizações.
Além dos brasileiros, as federações de Peru, Polônia, Costa Rica, México, Áustria e Marrocos foram punidas pelo mesmo motivo. A campanha global da Fifa contra a homofobia no futebol também rendeu uma dura punição à Federação Sérvia que, em 2017, foi multada em 160 mil francos suíços pela exibição de cartazes e gritos discriminatórios.