Um Cruzeiro de alma portenha está pronto para, na terra de Carlos Gardel e no templo de Maradona, afirmar-se como um time copeiro. A Raposa estará desfalcada do talentoso Arrascaeta, que permaneceu em Belo Horizonte, recuperando-se de um trauma na coxa esquerda, mas nesta quarta-feira (19), às 21h45, em La Bombonera, contra o Boca Juniors, pelo jogo de ida das quartas de final da Libertadores, “La Banda” celeste vai estar pronta para pulsar no ritmo de uma “hinchada” que idealiza apenas um objetivo: o tricampeonato da Libertadores.
“Sempre é bom ter (uma La Banda) porque traz um pouco da malandragem que o argentino possui, e isso passa para todo o elenco. Isso nos torna mais experientes para determinadas situações que podemos enfrentar em uma partida como essa contra o Boca”, analisa o experiente atacante argentino Barcos, que conhece muito bem a aura que envolve o palco do confronto, o mais aguardado desta fase de quartas de final.
Se para chegar até o fim dessa jornada coube ao destino sentenciar a batalha contra os “Xeneizes”, o Cruzeiro também se impõe como o gigante que é, inclusive atraindo a admiração do torcedores do Boca.
“Sabe, eu torço para o Cruzeiro desde aquele triunfo que tivemos na Libertadores de 1977, nossa primeira na história”, conta Jorge Davila, sócio vitalício do Boca desde 1973, à reportagem do Super FC nos corredores do La Bombonera.
“No Brasil, sempre faço questão de usar uma camisa do Cruzeiro. Um respeito que muitos aqui do Boca carregam pela equipe que nos marcou não somente por termos vencido, mas pelo futebol encantador que apresentou. Desde então, eu sou Cruzeiro, menos contra o Boca”, brinca Davila.
Retrospecto. Cruzeiro e Boca Juniors vão fazer nesta quarta-feira (19) o 15º confronto entre os clubes na história. Segundo levantamento divulgado em seu site oficial, a equipe celeste leva vantagem no retrospecto com seis vitórias, uma a mais que a equipe argentina, e outros três empates. Na Argentina, Cruzeiro e Boca Juniors se enfrentaram seis vezes – com quatro vitórias do time argentino e uma do Cruzeiro.
Caldeirão. A vizinhança, o clima, os corredores, o túnel, tudo é intimidador em La Bombonera. Mas o Cruzeiro, que tem a alcunha de “La Bestia Negra”, quer superar o temor que o mítico estádio configura aos rivais.
“É um jogo muito importante para nós, viemos com muita confiança para levar um bom resultado para casa. O importante vai ser tirar a bola deles e jogar de maneira inteligente. Temos que ter tranquilidade, sermos inteligentes. O Boca é uma equipe de muita história, ainda mais jogando aqui, mas temos que fazer aqui o que estamos determinados a concluir”, avaliou Barcos.
O atacante Barcos mostra confiança. “Temos que confiar em nosso trabalho, no que estamos fazendo. Nos dois torneios de mata-mata, estamos fazendo as coisas bem como visitante. Então, estamos com muita confiança”, destacou.
Um confronto de alta tensão se desenha. Um jogo de 180 minutos que definirá um dos semifinalistas da Copa Libertadores. Boca e Cruzeiro. Mais um capítulo cunhado na trajetória desses rivais de história íntima e que celebram o mais alto nível do futebol sul-americano.
Adversário. O Boca Juniors revelou sua estratégia para o jogo contra o Cruzeiro, nesta quarta-feira, pelas quartas de final da Copa Libertadores. O técnico Guilhermo Barros Schellotto quer um time ofensivo e buscando a vitória, mesmo que sofra gols dentro de seus domínios.
“É uma partida que temos que ganhar. Além de nos preocuparmos com os gols do visitante, o importante na quarta é ganhar, fazer um bom jogo e seguir pelo caminho da vitória”, disse Schellotto.
Para o duelo, o treinador tem dúvidas em relação à escalação da defesa, com incerteza sobre a dupla de zaga e no meio de campo. Wilmar Bárrios será o titular como o volante pegador no meio de campo. “Vamos ver como estará a equipe (do Cruzeiro). Imagino um Cruzeiro tentando manter a posse de bola. É uma equipe que tem jogadores de experiência, vai ser um rival complicado”, ressaltou Schellotto.
A imprensa argentina cogita que o Boca Juniors deverá começar a partida com Andrada; Jara, Izquierdoz, Magallán e Olaza; Nández (Almendra), Barrios e Cardona (Gago); Pavón, Benedetto e Zárate. Um dos principais ídolos do clube xeneize, o atacante Carlitos Tevez deve começar como opção no banco de reservas.