Uma vitória nos últimos nove jogos. Mais uma derrota na conta. Dessa vez para o Coimbra, por 1 a 0, que não havia vencido nenhum jogo no Campeonato Mineiro. O terceiro tropeço seguido. Portões fechados. O futebol do Cruzeiro no Horto também passou longe.
A ausência da torcida, medida tomada por causa da pandemia do coronavírus, pode ter sido até benéfica para a Raposa, que poderia ter deixado o Independência sob fortes vaias. Se o futebol vai ficar parado por tempo indeterminado, com certeza ninguém gostaria de ter em mente as imagens da partida entre Cruzeiro e Coimbra na tarde deste domingo (15), no Independência. Um jogo de contornos sofríveis e que a amplitude dos sons em eco aumentava a agonia.
Na corda bamba, Adilson Batista, à beira do campo, orientava um, dois, três atletas, vários. Ajustes em meio a um time bastante modificado. O volante Jadsom virou lateral-direito. Na zaga, as estreias de Marllon e Ramon. Na esquerda, o jovem Rafael Santos. No meio, Ariel Cabral e Jean. No ataque, Alexandre Jesus e Thiago.
Alterações e mais alterações. Pouco futebol da parte celeste. Um time perdido. Sem sintonia. A primeira finalização da equipe no primeiro tempo aconteceu aos 38 min. Muito pouco até mesmo para um Cruzeiro em reconstrução. Assustou ainda a quantidade de erros, de passes, de lançamentos, de tomadas de decisões. E o Coimbra, sem nada a ver com isso, estabeleceu seu jogo e procurou, desde o início, o gol.
Mesmo que o time celeste tenha experimentado uma melhora na etapa final, com algumas oportunidades de vencer o goleiro Glaycon, o futebol fez justiça ao Coimbra. Aos 39 min do segundo tempo, Vitor Hugo cobrou a falta, a bola desviou em Everton Felipe e caiu no contrapé de Fábio. Estava ali sacramentada a primeira vitória do time de Contagem no Campeonato Mineiro, no terceiro gol marcado pela equipe no torneio.
Adilson Batista, à beira do campo, olhou o banco, uma rápida conversa com os assistentes. A realidade à deriva. Por mais que o discurso de reconstrução em meio à situação caótica deixada pela antiga administração se faça válida, está mais do que comprovado que o Cruzeiro não vem rendendo. Um espectro de time que a cada duelo aponta falhas nítidas, mesmo com nove contratações até então para a temporada.
A fase final do Mineiro, com 14 pontos, ficou difícil, mas só depende do próprio time, que em quinto, está três atrás da Caldense, quarta colocada. No entanto, os dois times ainda terão um confronto direto, na última rodada da competição.
Mas esse é um Cruzeiro com índice técnico baixo e muitas preocupações no horizonte. Esse é o cenário, que em meio à dificuldades, terá ao menos um tempo sem futebol para tentar se ajustar. Uma mudança que precisa ser urgente.
Quanto ao Coimbra, o triunfo serviu para deixar a zona de rebaixamento e chegar ao décimo lugar, agora com sete pontos conquistados. Pior para o Villa Nova, que agora faz companhia ao Tupynambás no calabouço da competição.