Os jogadores do Cruzeiro ainda não receberam parte dos salários devidos pelo clube. Contudo, após a greve da semana passada e a reunião com o presidente Sérgio Santos Rodrigues, o grupo garante que o assunto ficou, momentaneamente, em segundo plano. A prioridade na Toca II é o confronto de sexta-feira (22), contra o Avaí, às 21h30, na Ressacada.
Nesta terça-feira (19), a diretoria publicou os números do primeiro semestre deste ano, que apontam déficit de R$ 12 milhões e R$ 9 milhões de vencimentos atrasados. Um dos líderes do grupo, o zagueiro Eduardo Brock assegura que a "novidade" não vai comprometer os trabalhos visando ao confronto em Florianópolis, pela 31ª rodada da Série B do Brasileiro.
"Não é papel do jogador ter acompanhamento sobre os balanços do clube. Notícias negativas tivemos durante todo o ano em relação à parte financeira do clube. Independentemente disso, estamos nos entregando ao máximo. Tenho certeza de que a direção vai, de alguma forma, conseguir fazer com que a situação melhore. Mas, de maneira alguma, a gente deixa que isso influencie no jogo. Por isso, estamos treinando focados na partida contra o Avaí. Será um jogo dificílimo e deixamos esses problemas externos para a diretoria", ressalta Brock.
O defensor argumenta que a posição dos atletas foi manifestada no movimento da última semana, quando o grupo fez greve por três dias. Os treinamentos foram retomados no último domingo e, desde então, reforça o zagueiro, o pensamento está no próximo compromisso da Série B.
"Na última semana, cobramos de uma maneira que poderíamos cobrar, mas volto a dizer que temos de focar no jogo porque isso é o mais importante de tudo: é representar o Cruzeiro, saber da importância de representar essa instituição. Isso está acima de qualquer coisa. Pode ter certeza de que estamos 100% focados", aponta o zagueiro.
'Decisão'
Brock encara o desafio contra o Avaí como mais uma "decisão", embora o Cruzeiro tenha remotas chances de acesso. Conforme levantamento do site Probabilidades no Futebol, do departamento de matemática da UFMG, a Raposa tem apenas 0,18% de subir à Série A. O time estrelado é o 12º colocado, com 39 pontos.
"Também é papel dos líderes é fazer com que o grupo foque nisso, que a gente pense no próximo jogo, na próxima decisão, que é o Avaí. É um jogo dificílimo. Neste momento, não conversamos mais sobre questões externas, particulares, financeiras. A gente foca simplesmente em jogar. Enfrentaremos o Avaí que está no G4 (quarto colocado, com 50 pontos) e sabemos o que precisamos fazer e reproduzir no jogo de sexta, que será dificílimo", adverte o camisa 14.