Agora sob o comando de Ronaldo, o Cruzeiro acaba de receber mais uma ‘conta’ de pendências judiciais de gestões anteriores: o clube foi condenado a repassar 440 mil euros (cerca de R$ 2,5 milhões na cotação atual) à empresa norte-americana Aubury Dade LCC em função da venda do lateral Vitinho, ao Cerde Brugge, da Bélgica, em julho de 2018. O valor ainda é passível de correção referente aos últimos três anos.
A venda de Vitinho foi realizada durante a gestão do ex-presidente celeste Gilvan de Pinho Tavares. O imbróglio se deu em função da assinatura de um “acordo de cooperação” com a Aubury Dade em julho de 2017.
A empresa norte-americana empenhou 30 mil euros (cerca de R$ 130 mil na cotação atual) para bancar parte da viagem à Europa da equipe sub-18 da Raposa, que disputaria competições na Holanda e no Japão em agosto de 2017.
Em contrapartida, a empresa passaria a ter direito a 20% da transferência de qualquer jogador do sub-18 do Cruzeiro que integrou aquela delegação, pelo prazo de um ano (até o fim de agosto de 2018).
Na petição inicial, a Aubury Dade alegou que, durante o período de validade do contrato, o Cruzeiro teria vendido quatro dos atletas que participaram daquela excursão. Mas a justiça reconheceu a venda apenas de Vitinho. De acordo com a sentença, os outros três atletas, Nathan (emprestado ao América), Guilherme Willian (São Caetano) e João Diogo (Figueirense), não teriam gerado ganhos a Raposa.
No decorrer da ação, o Cruzeiro alegou que o contrato era nulo, pois Adriano Pimenta, CEO que assinou pela empresa norte-americana, não teria “poderes para representá-la”. O clube também reconheceu que o contrato descumpria as regras da Fifa, que vetam a “participação de terceiros em percentuais de direitos econômicos relativos a transferência de atletas de futebol”. Mas a justiça não aceitou as argumentações celestes.
A reportagem tentou contato com o ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares para ouvir a versão dele sobre a questão, mas ainda não obteve retorno.