Os gastos em cartões corporativos do Cruzeiro na última administração seguem apresentando investimentos peculiares do ex-presidente Wagner Pires de Sá, como uma compra no valor de R$ 10.004,24 em uma loja de vestuário. A diretoria celeste informou, em comunicado, que vai entrar com uma medida judicial para restituir os valores destinados a 'vestir o ex-presidente'. 

A nota fiscal apresentada pelo clube aponta a compra de cinco vestimentas, que vão de R$ 1.100,00 a 1.512,00 , além de camisas, calça e blazers. No comunicado, o Cruzeiro aponta que Benecy Queiroz, supervisor do clube, e Pedro Moreira, atual gerente, efetuaram os pagamentos a pedido do ex-presidente e que, inclusive, comprovaram ao Comitê de compliance do Cruzeiro o ocorrido.

Há ainda gastos em compras de loja eletrodomésticos e até mesmo assinaturas da Netflix nos extratos do cartão corporativo, valores que o clube destaca que foram contestados e parcialmente ressarcidos. As informações vieram à tona depois de uma reportagem do site 'Ge.com' que trazia a informação dos gastos no cartão que era de posse de Pedro Moreira, gerente de futebol do Cruzeiro. 

O dirigente, no comunicado da Raposa, formalizou a reclamação internamente, encaminhando as solicitações aos departamentos financeiro e jurídico do Cruzeiro, através de e-mails em que declarou não reconhecer as compras. Quando das reclamações com o Banco Santander, instituição financeira responsável pelos cartões, o Cruzeiro alegou fraude e clonagem, com o banco imediatamente respondendo ao protocolo de cancelamento. 

O clube celeste reiterou que 'não poupará esforços na busca pela reparação de eventuais atos lesivos que tenham sido cometidos pela gestão anterior, indo atrás das práticas que acredita serem irregulares ou ilícitas, mas que, também, não o fará de forma irresponsável ou leviana', ressaltando ainda o trabalho de Pedro Moreira como gerente de futebol da Raposa. 

A reportagem buscou contato com o ex-presidente Wagner Pires de Sá para entender a origem dos gastos apresentados, mas ele não retornou os contatos. O episódio se junta a mais uma lista de movimentações do ex-dirigente e que foram apresentadas em relatório da Kroll. Antes, o Cruzeiro divulgou gastos 565 euros (cerca de R$ 2,6 mil na época) com o cartão corporativo do Cruzeiro em uma casa de "entretenimento adulto" em Portugal. além de outra aplicação de valores para o mesmo fim em Porto Alegre.