O zagueiro Dedé ingressou com uma ação na 48ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte contra o Cruzeiro, no último dia 4 de janeiro. O zagueiro solicitou o reconhecimento do fim do vínculo de forma indireta alegando 'falta grave do empregador', ou seja. O valor da ação supera R$ 35 milhões (R$ 35.258.058,64), mas foi negada pelo juiz titular, Marco Antônio Ribeiro Muniz Rodrigues.  

"A antecipação dos efeitos da tutela é medida excepcional, apenas cabível quanto haja probabilidade do direito e risco de seu perecimento ou frustração do resultado útil do processo (art. 300 do Cód. Proc. Civil), o que não se constata. No caso, o reconhecimento da rescisão indireta depende de dilação probatória, com a plena formação do contraditório. Por ora, indefiro, a liminar pretendida. Aguarde-se a designação da audiência inicial. Intime-se a parte reclamante", diz o despacho do juiz Marco Antônio Ribeiro Muniz Rodrigues, expedido no dia 5 de janeiro. .

Dedé recorreu da decisão duas vezes, a mais recente no dia 8 de janeiro, mas também teve negado o pedido de tutela pelo magistrado Danilo Siqueira de Castro Faria. 

Dedé justifica na causa que não recebe salários há 10 meses, nesse caso específico referente ao uso e cessão de imagem (R$ 300 mil mensalmente); seis meses de vencimentos em débitos oriundos da CLT, ou seja, em carteira (R$ 450 mil mensalmente); e mais quatro meses sem o depósito do FGTS. 

Dos R$ 35 milhões, R$ 13.782.000 seriam apenas de salários atrasados. Os valores estão em débito desde 2019, ano que a Raposa foi rebaixada de forma inédita à segunda divisão nacional. Para se ter ideia, Dedé detalha na ação que de março a dezembro de 2020, o Cruzeiro pagou apenas três parcelas de R$ 150 mil, previstas no teto salarial estipulado, mas em nenhum momento especificou a  que  meses  em  aberto  se  referiam  as citadas parcelas. De acordo com o atleta, o Cruzeiro não possui nenhuma previsão de pagamentos destes valores, o que motivou sua ida à Justiça. 

Há ainda no montante, o valor de R$ 3.750.000,00 que Dedé pede como indenização por dano moral. No processo, ele cita a declaração do ex-presidente Wagner Pires de Sá, que em vídeo vazados nas redes sociais afirmou que Dedé era todo 'f...' e que não passaria em nenhum exame médico de outro clube, além da fala de Kris Brettas, ex-superintendente jurídico da Raposa, que apontou em determinado momento do ano passado que o Cruzeiro buscava meios legais para afastar o atleta. 

Contratado pelo Cruzeiro em abril de 2013, Dedé tem vínculo com o clube até 31 de dezembro de 2021. O jogador renovou o seu compromisso com a equipe pela última vez em agosto de 2018. 

A diretoria do Cruzeiro e também seus empresários aguardam uma definição sobre a condição física de Dedé para saber o que será feito do futuro do atleta. 

O último jogo de Dedé pela Raposa foi em 19 de outubro de 2019, quando o Cruzeiro venceu o Corinthians por 2 a 1 pelo Campeonato Brasileiro. Quatro dias, o médico Sérgio Campolina realizou cirurgia para a retirada de um fragmento ósseo no joelho direito do zagueiro, mas a recuperação não foi como a esperada e em março deste ano, o defensor voltou para a mesa cirúrgica.