Crise

O racha político no Cruzeiro ficou claro ao longo de todo o ano de 2019. Além disso, as várias denúncias de irregularidades na gestão do clube e a crise financeira carregada dos anos anteriores, mas que foi agravada na gestão do presidente Wagner Pires de Sá também contribuíram e foram fundamentais para a inédita queda. No fim das contas, o bicampeonato da Copa do Brasil custou um rebaixamento ao clube.



Brigas

Na reta final, quando o Cruzeiro deveria se unir, adotar um discurso positivo melhorar o ambiente, o que se viu foi uma série de polêmicas. Cada um tentou salvar seu pescoço e colocar a culpa no outro. Uma hora antes do jogo contra o Vasco, por exemplo, Zezé Perrella, gestor de futebol, detonou Thiago Neves, atacou as gestões de Wagner e Gilvan e falou de salários atrasados de forma irônica.



Ataque

O ataque pífio da equipe na temporada é um dos grandes culpados pelo rebaixamento. Mesmo com Fred e seu enorme salário e a contratação bombástica de Pedro Rocha, além de outros nomes, o Cruzeiro teve um ataque lamentável na Série A deste ano. A Raposa terminou o campeonato com o terceiro pior ataque, ficando à frente apenas de CSA e Avaí.



Empates

O Cruzeiro ficou conhecido no Brasileirão de 2019 como um verdadeiro rei dos empates. Além disso, o time celeste também pagou caro por não conseguir vencer mais vezes. A Raposa só venceu mais jogos que a Chapecoense e o Avaí na competição deste ano e foi o clube que mais empatou, uma realidade que é comum entre os times rebaixados para a Série B.



Mano

No começo da temporada, quando vivia boa fase, o Cruzeiro deixou o Campeonato Brasileiro em segundo plano e focou outros torneios. No meio da campanha, o time celeste, então comandado pelo técnico Mano Menezes, chegou a ficar dez jogos sem vencer. São pontos que poderiam ter sido somados e fizeram muita falta para o time celeste em sua trajetória.



Filosofia

O que muito se cobrou foi barrar os medalhões e mudar a filosofia de jogo. Rogério Ceni tentou fazer isso, mas não teve respaldo da diretoria. Pelo contrário, foi demitido e, em seu lugar, veio Abel Braga, amigo de vários dos jogadores mais experientes do elenco. O recado que a diretoria transmitiu com isso foi o pior possível: os jogadores são quem mandam.



Trocas

Troca-troca de técnicos prejudicou o rendimento do time. Sem continuidade de trabalho, a equipe do Cruzeiro foi comandada por quatro treinadores ao longo da temporada: Mano Menezes, Rogério Ceni, Abel Braga e Adilson Batista. Essas mudanças constantes de técnico são mais um ponto em comum entre os clubes rebaixados no Campeonato Brasileiro.

Time

O elenco do Cruzeiro sofreu baixas durante a temporada. A diretoria negociou e perdeu jogadores importantes para a disputa do Brasileiro que acabaram fazendo falta. A Raposa não teve como girar o elenco e contou com poucas alternativas para mudar o time na reta final. Vários nomes fizeram falta, como Arrascaeta, Lucas Silva, Lucas Romero e Raniel.

Medalhões

Os caras que deveriam salvar o Cruzeiro da queda tiveram um rendimento pífio ao longo de toda a temporada e não melhoraram com a ameaça crescente do rebaixamento na reta final. Em vez disso, eles se envolveram em polêmicas, como Thiago Neves, um dos “rostos” da queda, que, além de desempenho muito ruim em campo, foi afastado e se tornou decepção para a torcida e manchou sua história no clube.



Gestão

Uma diretoria perdida em certos momentos: a crise política e financeira foi o reflexo de uma cúpula perdida, que bateu cabeça e fez péssimos negócios para o clube. Não à toa, o Cruzeiro está quebrado e pagou por isso não só nos bastidores, mas também dentro de campo. O elenco celeste conviveu com salários atrasados durante toda a temporada, e isso teve grande impacto dentro das quatro linhas.