A empresa Kroll entregou ao Cruzeiro um relatório de 600 páginas com investigações da gestão de Wagner Pires de Sá. O clube já entregou esse documento ao Ministério Público e divulgou, na tarde desta segunda (18), três páginas com 12 irregularidades encontradas pela consultoria.
Uma delas foi de pagamentos a intermediários de atletas de maneira incorreta dentro dos parâmetros de registro e transferência de atletas no país, o que é regulamentado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Só nisso, o clube pagou mais de R$ 13 milhões.
"O Cruzeiro assinou contratos de intermediação de atletas sem que a participação desses intermediários nas negociações fosse cadastrada na CBF, o que é vedado pelo Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas de Futebol. Esses contratos originaram 13 comissões, que somam R$ 13.270.715,00", levantou a Kroll.
Além de irregularidades, a empresa levantou hábitos prejudiciais à saúde financeira do Cruzeiro e pouco usuais na relação de um clube com intermediários de jogadores.
"O Cruzeiro pagou BRL 7.072.000 em comissões a intermediadores de jogadores que já atuavam no Cruzeiro por terem negociado aumento salarial para estes atletas. Além disso, o contrato de um intermediador previa o recebimento de bonificação todas as vezes em que o atleta que ele representava atingisse metas de performance. Essas comissões, apesar de não ser irregulares, podem ser consideradas inusuais e prejudiciais ao Cruzeiro", completou a Kroll.
O Cruzeiro assinou um contrato com a Kroll, consultoria especializada em serviços de gestão de riscos, investigações corporativas, compliance e cibersegurança, no início de março deste ano. Além de investigações no Brasil, a empresa já conduziu apurações também em outros países. A Kroll, em dois meses, elaborou o relatório tendo em base o que foi feito no clube especialmente na gestão de Wagner Pires de Sá.