O lateral-direito Edílson foi o entrevistado do dia na Toca da Raposa II e destacou-se ao falar em tom emotivo da situação que vive a Venezuela. Além dos problemas econômicos, o país viveu nessa segunda-feira mais um apagão elétrico que assolou praticamente todas as regiões da Venezuela. Edílson relembrou sua origem humilde para recordar as dificuldades e, em determinado momento da entrevista, chegou até a chorar.
"A gente se coloca no lugar. Vim de uma família muito humilde, meu pai faleceu eu tinha sete anos, e minha mãe fez tudo que eu não pudesse passar fome, não faltasse nada em casa. Mas a gente vê não só na Venezuela, como no Brasil, pessoas com dificuldade. Vendo as histórias, os relatos na Venezuela, que eles não tem água, não tem o próprio alimento. Nosso país, nosso futebol é tão grande, gigante, que a gente pode ajudar uma causa tão grande, tão nobre pela situação que eles estão passando", disse o jogador.
Para Edílson, os demais clubes da Libertadores poderiam se unir para ajudar a população venezuelana, que também sofre com a super inflação e a falta de produtos básicos.
"Eu tenho filho, família, e a gente vê a situação muito difícil que eles vivem. Que eles possam encontrar força, que, de repente, nossas autoridades possam ajudar de alguma forma, porque é uma situação muito complicada. Acredito que eles vão encontrar força para jogar, mas nossa concentração, nível de desempenho tem que estar altíssimo, para a gente fazer um grande jogo. Quando a gente está dentro de campo, a gente não pode pensar muito neles, mas sim nossos familiares, que merecem nosso ganha pão, em nosso torcedor, que vai pagar ingresso. Futebol é tão grande, que a gente pudesse nos unir, não só o Brasil, a Argentina, outros países, para que a gente pudesse ajudar o país, nosso coirmão, que está passando por um momento muito difícil", apontou Edílson.
O Cruzeiro encara o Deportivo Lara nesta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), no Mineirão, pela segunda rodada do Grupo B da Copa Libertadores. O time terá a presença do zagueiro Dedé, suspenso no primeiro jogo. Outro destaque é o volante Henrique, que volta ao time depois de ficar fora da goleada sobre o Patrocinense, por 5 a 0, no Mineirão, pelas quartas de final do Mineiro.
O Cruzeiro vai até a Venezuela no dia 23 de abril. A possibilidade de levar produtos e alimentos do Brasil não é descartada. A diretoria, no entanto, aguarda o desenrolar da situação no país vizinho. Recentemente, a possibilidade de disputar o jogo em outro país foi aventada pelos celestes. Todavia, a decisão partirá da Conmebol.
Aprendendo com o passado
No ano passado, Edílson ficou marcado por um comentário xenófobo em relação ao meia Otero e também a seleção venezuelana após o título do Campeonato Mineiro. "Com todos os meus adversários eu chego firme e vai ser assim. Quem é Otero... Otero... Seleção Venezuelana...Não é porra nenhuma", disse Edilson.
Em entrevista à Rádio Itatiaia, no entanto, ele desculpou-se pelo ocorrido. “Na saída do jogo eu falei do Otero, e quando eu me dirijo a ele acabei falando da Venezuela. Então eu queria pedir desculpas ao povo venezuelano, não foi minha intenção machucá-los com palavras. O venezuelano é muito parecido com o brasileiro, que é trabalhador e humilde. Eu tenho muito respeito por eles e queria pedir desculpas aqui ao vivo”, esclareceu o jogador.