Depois de quase cinco meses de paralisação, a Fórmula E será retomada nesta quarta-feira, com um calendário mais enxuto e exigente. Em nove dias, serão seis provas (três rodadas duplas), que servirão para encerrar a temporada e conhecer o novo campeão. A liderança, até o momento, é do português Antonio Felix da Costa.
Todas as provas vão acontecer no aeroporto de Berlim, na Alemanha, com três diferentes traçados que podem fazer a classificação mudar de um dia para o outro. A correria, também fora das pistas, a qual os competidores estão acostumados, será ainda maior nos próximos dias.
"Acho que nunca participei de uma 'maratona' como esta. A preparação mental será o mais importante, será fundamental estar focado e concentrado. Estamos acostumados, dentro da Fórmula E, a fazer tudo em um único dia, treinos, classificações e corrida. Agora, vai ser ainda mais corrido, com reuniões seguidas, tudo isso acontecendo nos nove dias. Não vai ser fácil. A parte física não vai pesar tanto, muitos pilotos conseguiram aproveitar o tempo parado para se exercitar, mesmo com academias fechadas", comenta Felipe Massa.
Apesar da liderança, Antonio Felix da Costa sabe que as coisas podem mudar em pouco tempo com a forte concorrência que está de olho na sua posição. "A vantagem é pequena, claro que queremos chegar na frente, mas vejo de 10 a 15 pilotos que podem dar muito trabalho. Temos engenheiros e equipes de qualidade como BMW, Porsche, Venture, Mercedes, Audi, é uma disputa muito competitiva. Vai ser duro e não pretendo mudar nada na minha forma de abordagem. Talvez possa mudar isso nas duas últimas provas", conta.
O outro brasileiro da competição é Lucas Di Grassi, que está na quinta posição. Ele também destaca a parte psicológica como um dos principais desafios. "O ambiente vai lembrar o de treino, com poucas pessoas e sem a presença de torcida e mídia. Acho que isso vai passar quando a gente colocar o capacete pra valer. Controlar o estresse será fundamental, isso conta mais do que o físico. É uma prova de 45 minutos mais uma volta e a disputa vai ter grande interferência desta parte mental. Vai ser necessário poucos erros nestes dias, concentração total e motivação de todos. A parte física não vai influenciar tanto, acho que nunca treinei tanto como nestes últimos meses, consegui manter o nível que estava antes da parada", salienta.