Moscou. No banco de reservas da seleção croata, uma figura se destaca em meio ao ambiente masculino do futebol. E sua presença não passa despercebida. Não apenas pelo fato um tanto quanto inusitado. Ela talvez seja a principal peça por trás da engrenagem que fez a Croácia chegar até a inédita final da Copa do Mundo. Iva Olivari, a ex-tenista que, aos 49 anos, é a gerente da seleção croata. Uma espécie de Edu Gaspar que veste xadrez.
Entre as atribuições de Iva, a logística e infra-estrutura necessárias para dar aos atletas e comissão técnica apenas o trabalho de focar no campo. E com a mesma eficiência que demonstrava na promissora carreira de atleta, interrompida depois de uma lesão, a Tia Iva, como é carinhosamente chamada por alguns atletas, escreve também um capítulo à parte na jornada gloriosa da Croácia.
O agradecimento é geral. "O que ela faz por nós é muito importante. Tê-la como nossa representante nos inspira. Iva resolve todos os nossos problemas. Todos nós somos felizes e temos orgulho de tê-la ao nosso lado. Ela tem a nossa atenção absoluta e, em contrapartida, ela busca nos ajudar sem nem mesmo pensar", elogia o técnico croata Zlatko Dalic.
Olivari fez sua estreia na gerência da seleção croata na Eurocopa 2016. E ela espera que sua presença possa inspirar mais mulheres a assumir cargos de administração no futebol.
“Podemos trabalhar na administração, na gestão de jogadores, nas transferências. Há muitos aspectos em que as mulheres podem intervir para melhorar o desenvolvimento do futebol”, analisa a gerente.
Iva Olivari não é a primeira mulher a figurar em um banco de reservas em uma final de Copa do Mundo. O mesmo feito foi obtido há oito anos, na África do Sul, por Silvia Dorschnerova na campanha do título inédito da Espanha. Se os bons ventos conspirarem, quem sabe não chegou a hora de outra mulher ter influência em mais uma inédita conquista de Copa?