Em um jogo sofrível do ponto de vista técnico e condizente com as 2.106 testemunhas que pagaram para assistir o confronto, o pior público da Copa América e o pior pagante do Mineirão no ano, o Gigante da Pampulha se despediu, na noite dessa segunda-feira, da primeira fase da competição com Equador e Japão empatados por 1 a 1, resultado que não foi bom para nenhuma das duas seleções, eliminadas de mãos dadas da próxima fase.
Quem vencesse, enfrentaria o Brasil. Mas as equipes, principalmente na segunda etapa, não estavam entendendo muito bem que essa possibilidade era real e só passaram a pressionar um ao outro nos minutos finais, quando o desespero era evidente. Com o resultado, ficou definido que o Paraguai, com pífios dois pontos, será o adversário do Brasil, na próxima quinta-feira, em Porto Alegre.
O Japão até saiu na frente, com o camisa 10 Nakajima, aos 16 min da primeira etapa. Okazaki, após receber o lançamento por trás da zaga, dividiu com Domínguez, e Nakajima, esperto, pegou a sobra e chutou por cima, deixando o seu. Lance que foi revisado pelo VAR e teve a marcação confirmada. Parecia que, enfim, os japoneses conseguiriam sua primeira vitória na história da Copa América. O futebol dos asiáticos era muito mais técnico, chegaram a ter algumas outras oportunidades diante de um frágil Equador.
Mas a equipe sul-americana passou a rondar com mais perigo a área do goleiro japonês Kawashima, que quase fazia uma lambança lá atrás, com Mena recuperando a bola e Enner Valencia fazendo o arremate para a recuperação do camisa 1. Só que a defesa japonesa seguia vacilando. O castigo viria aos 34 min ainda do primeiro tempo. Mina fez o domínio após bola cruzada na grande área, Arboleda encheu o pé para uma grande intervenção de Kawashima, mas no rebote Mena apareceu sozinho e deixou tudo igual.
O segundo tempo no Mineirão foi bastante animado, mais pelo desespero das duas equipes nos minutos finais do que pela qualidade dos atletas. Japão e Equador trocaram golpes como em uma batalha de boxe, mas pecaram nas finalizações.
Aos 46 min do segundo tempo, Preciado recebeu linda bola de Valencia e chutou cruzado na saída de Kawashima. A bola casquinhou a trave. Lance suficiente para a torcida gritar o nome de Cazares, equatoriano do Atlético, que estava no Mineirão nesta noite.
Já aos 48, Nakajima recebeu a bola na marca do pênalti, e mesmo sozinho viu o chute ser travado por Mina, de carrinho. No rebote, Kubo, o garoto de 17 anos, marcou. Todavia, o impedimento foi assinaldo e confirmado pelo VAR. Era o adeus das seleções. Palmas para os japoneses, que ainda foram próximo aos torcedores presentes no Mineirão para agradecer, enquanto os equatorianos se dirigiram ao vestiário. Se a intenção do Japão era preparar o seu futuro pensando nos Jogos de Tóquio, o que se viu no Brasil foi a certeza de que eles chegarão bem à competição e buscarão o pódio. Nada do que um bom planejamento, coisa que falta em terras tupiniquins.