A fase de grupos da Copa Libertadores, que começa hoje à noite, não terá pela primeira vez desde 2012 nenhum clube mineiro. Nem Atlético, nem Cruzeiro, presenças constantes no principal torneio continental, se qualificaram para disputar a competição. Mais do que o prejuízo técnico por estarem distantes do confronto constante contra os principais clubes sul-americanos, Galo e Raposa sofrem uma óbvia perda financeira e privam seus torcedores de acompanhar de perto partidas de grandes competições.
Cada jogo em casa na fase de grupos da Libertadores, sem contar bilheteria, vale US$ 1 milhão. Ou seja, apenas por participar da competição nesta etapa, os clubes arrecadam US$ 3 milhões, o equivalente a R$ 13,5 milhões, uma grana nada desprezível para os combalidos cofres mineiros. As premiações, claro, vão crescendo etapa a etapa. Nas oitavas, a bolada sobe para US$ 1,05 milhão, nas quartas, US$ 1,5 milhão e, na semifinal, US$ 2 milhões. O campeão arrecada nada menos do que US$ 15 milhões (R$ 67,5 milhões na cotação atual), além de 25% da bilheteria da final, disputada em jogo único. O vice embolsa US$ 6 milhões e outros 25% da bilheteria.
A saída precoce do Atlético da Copa Sul-Americana, na primeira fase, fez com que Belo Horizonte ficasse sem jogos internacionais de clubes já em fevereiro deste ano. Serão longos meses na capital sem qualquer partida das duas principais competições sul-americanas, um cenário bem diferente do que foi visto nos últimos 20 anos. O Mineirão, um estádio moderno, que já se acostumou a receber grandes eventos esportivos, vai fechar o ano sem uma partida internacional. A próxima que está prevista para o Gigante da Pampulha será apenas em novembro de 2021, quando a seleção brasileira vai enfrentar o Chile pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022.
Uma temporada sem jogos de Atlético ou Cruzeiro por competições internacionais é um fato tão raro que, de 2000 para cá, apenas em 2002 e em 2012 nenhum dos dois participou de qualquer torneio sul-americano, seja a Libertadores, Sul-Americana ou a extinta Mercosul.
A própria Sul-Americana, que tem menos glamour do que a Libertadores, também tem uma premiação bem interessante. O Atlético faturou neste ano US$ 300 mil e foi eliminado na primeira fase. Poderia arrecadar muito mais, se continuasse na competição. Na segunda fase, a premiação era de US$ 375 mil e, progressivamente, até a final, US$ 500 mil, US$ 600 mil, US$ 800 mil e US$ 4 milhões (US$ 2 milhões para o vice).