A crise econômica que vive o vôlei brasileiro atinge não somente as equipes de menor investimento. Na noite desta quinta-feira, o Sesc (RJ), atual terceiro colocado e um dos favoritos ao título da Superliga, o maior torneio do país, anunciou o fim do projeto no formato masculino ao final da atual temporada. O time feminino, comandado pelo técnico Bernardinho, e que leva o mesmo nome, seguirá ativo. 

O time durou quatro temporadas e a informação veio por meio de nota oficial. "O Sesc RJ comunica a conclusão do projeto do time masculino de vôlei após o término da Superliga 19-20. Ao desejar sorte aos jogadores e comissão técnica, a instituição agradece o empenho e dedicação de todos na defesa dos valores do Sesc RJ, tanto dentro, como fora de quadra", informa o comunicado.

Enquanto jogadores e comissão técnica serão liberados, o treinador Giovane Gávio seguirá no projeto, mas com outras funções. "O técnico Giovane Gavio permanece no Sesc RJ com o objetivo de dedicar esforços ao esporte de cunho socioeducativo. Na nova fase, ele participará ainda mais de vivências com os alunos de volei da instituição, ministrará palestras para pais e familiares das crianças sobre o esporte como fonte de educação e transformação social e, para os instrutores. O objetivo é alinhar tecnicamente a metodologia do ensino de vôlei com base nos valores educacionais do esporte. Haverá também a maior participação em capacitações, bate papos e vivências para alunos e professores de instituições parcerias do Sesc RJ e escolas públicas", completa a nota. 

Fazem parte do elenco atletas da seleção brasileira como o oposto Wallace, o central Flávio e o ponta Maurício Borges, assim como dois que defendem a Argentina: o ponta Martinez e o levantador Sanchez. Neste período, o Sesc (RJ) conseguiu chegar longe nas competições que disputou, mas as únicas conquistas foram do Campeonato Carioca. 

Cambaleando. Além do Sesc (RJ), outro forte time da Superliga que enfrenta dificuldades financeiras é o EMS Taubaté Funvic (SP), atual campeão do torneio. O time paulista está com parte dos salários atrasados apesar do grande número de patrocinadores. Ocupando outro patamar da tabela, equipes como o América Vôlei, de Montes Claros e o Denk Maringá (PR) tem dificuldades para pagar seus elencos. O clube do Paraná perdeu mais do que um time inteiro, desde janeiro e chegou a aceitar atuar, como mandante, fora de casa, para evitar custos. O projeto social que dependia do patrocinador também chegou ao fim e o presidente do time, o ex-levantador Ricardinho, já procura outras cidades para receber a equipe na próxima temporada.