O ex-vice-presidente jurídico do Cruzeiro, Fabiano de Oliveira Costa, esteve na manhã desta quarta-feira (19) na sede da Polícia Federal (PF), no bairro Gutierrez, na região Oeste de Belo Horizonte, para prestar depoimento a respeito da Operação Escobar.
Costa foi intimado pela PF a prestar esclarecimentos na condição de testemunha da operação, que investiga vazamentos de documentos sigilosos da corporação.
O dirigente celeste chegou à sede da PF às 9h54 e deixou o local depois de cerca de duas horas de depoimento.
Ao deixar o local, ele disse que não pode dar mais informações porque o inquérito corre em sigilo, mas esteve na PF "porque é obrigação do Cruzeiro ser transparente, ético, mostrar o caminho da regularidade e eventualmente prestar os esclarecimentos" e que "o departamento jurídico do Cruzeiro está à disposição".
A Polícia Federal, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que não comenta casos em andamento. A corporação investiga contratos de honorários advocatícios com os advogados Carlos Alberto Arges Júnior e Ildeu da Cunha Pereira, que foram presos no último dia 5. Há a suspeita de lavagem de dinheiro e desvio de verba para dirigentes do Cruzeiro.
Operação Escobar
No último dia 5, a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão preventiva e temporária e busca e apreensão a escritórios de advogados envolvidos em esquemas de corrupção e contra agentes da própria corporação que teriam retirado e vazado documentos sigilosos do sistema do órgão.
À época, dois advogados e dois policiais federais foram presos durante a ação. Eles são investigados por corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, obstrução da justiça e violação de sigilo.
Nomeada Operação Escobar, a ação teve início quando investigações apontaram que documentos sigilosos e internos da Operação Capitu foram encontrados na casa de investigados, em dezembro de 2018.
À epoca da Operação Capitu, uma organização criminosa que atuava na Câmara dos Deputados e no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) foi desarticulada.
Com isso, a Polícia Federal constatou que advogados teriam cooptado servidores da corporação para obter, de forma ilegal, acesso a informação sigilosas ligadas a investigações em andamento. Com acesso privilegiado a essas informações, os advogados ofereciam facilidades ilegais a seus clientes.
Mais polêmica
Em 5 de agosto, o Conselho Deliberativo do Cruzeiro, presidido por Zezé Perrella, fará uma reunião extraordinária para decidir o afastamento da diretoria do clube.
O fato acontece especialmente por conta das denúncias de várias irregularidades financeiras praticadas pela Raposa, como contratos firmados com empresário sem relação com o futebol e a quitação dos valores firmados com antecedência de oito meses. A participação de terceiros em direitos econômicos de atletas é proibida pela Fifa.