Representantes do Villa Nova se reuniram nessa quarta-feira (18) com Pedro Lourenço, proprietário do Supermercados BH, para tratar do futuro do Leão do Bonfim. A intenção é alterar o modelo administrativo da instituição esportiva e, caso as tratativas preliminares sejam concretizadas, transformá-la de entidade sem fins lucrativos para sociedade anônima, um clube-empresa. O interesse na mudança e a reunião foram divulgados com exclusividade pelo SuperFC, na terça-feira (17).
No encontro com o empresário, o grupo que representou o time de Nova Lima, formado por conselheiros e o prefeito de Nova Lima, Vitor Penido, formalizou a proposta de cedê-lo, desde que sejam preservadas a identidade e a tradição centenária. Na prática, isso significaria seguir com o time na cidade da região metropolitana de BH, conservar as cores vermelha e branca e manter o nome.
Pedro Lourenço não se opôs à exigência. Pelo contrário, sinalizou de forma positiva quanto à negociação e demonstrou interesse em assumir o Leão. De agora em diante, empresário, dirigentes e prefeitura de Nova Lima vão estudar quais seriam as alterações necessárias no estatuto social para viabilizar o projeto.
A ideia dos envolvidos na negociação é encaminhar tudo quanto antes e, se não houver empecilhos, sacramentar a alteração ainda neste ano, no início do segundo semestre.
Estatutariamente, o conselho deliberativo do Leão precisa levar o assunto para discussão em assembleia. Se a alteração for aprovada pelos sócios-torcedores do programa Nação Vermelha, o caminho estaria livre para transformar o time em clube-empresa.
Em contato com o SuperFC, na terça-feira, Jean Carlo Seabra, conselheiro e ex-presidente do Villa, comentou que confia em um aprovação quase que por unanimidade.
“Caso a proposta seja aceita pelo Pedro, o assunto será levado para discussão e colocado em votação numa assembleia para decidir ou não pela mudança. Mas tenho certeza de que 98%, 99% dos membros caminhariam para a aprovação”, disse Seabra, representante do Villa na reunião de quarta-feira.
Últimos anos de sofrimento
Preste a completar 112 anos de história (fundado em 28 de junho de 1908), o Villa Nova vive os últimos tempos em situação difícil, dentro e fora de campo. Nos gramados, tem lutado a cada temporada para não ser rebaixado no Campeonato Mineiro. Neste ano, por exemplo, a duas rodadas para o fim da primeira fase, ocupa o penúltimo lugar, com quatro pontos. Fora das quatro linhas, tenta contornar a escassez de recursos e as dívidas que beiram, atualmente, os R$ 7 milhões.
A maior parte desse passivo é proveniente de sentenças na justiça trabalhista, negociado junto a um condomínio de credores. Com isso, da receita anual de cerca de R$ 3,4 milhões, 35% do montante é bloqueado para amortizar a dívida.
A intenção de Pedro Lourenço é quitar os demais débitos, assim que assumir a administração do Leão do Bonfim.