Londres 2012

Bi olímpico faz 10 anos, e campanha de superação ficou na memória

Brasil chegou a depender de resultado de adversárias para passar da fase de grupos, mas deu a volta por cima e ficou com a medalha de ouro

Por Débora Elisa
Publicado em 11 de agosto de 2022 | 06:30
 
 
 
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O jogo contra a Rússia, a defesa acrobática de Fabizinha com o pé, o 'radinho da Adenízia'. Muitas cenas marcaram a campanha do bi olímpico da seleção feminina de vôlei em Londres, em 2012. Em uma corrida de superação, as meninas de ouro do Brasil chegaram a depender de uma combinação de resultados para se classificarem para o mata-mata, mas voltaram a se encontrar como equipe para subirem no lugar mais alto do pódio.

Nesta quinta-feira (11), a final olímpica do Brasil entre os Estados Unidos completa 10 anos, e um dos momentos mais marcantes da história do vôlei brasileiro segue reverberando uma década depois.

A caminhada não foi fácil. O Brasil caiu em um grupo complicado - com Estados Unidos, China, Sérvia, Turquia e Coreia do Sul -, e para piorar o cenário, tropeçou duas vezes na fase de grupos. A primeira, em um jogo contra os EUA, a segunda, uma derrota 'inexplicável' por 3 a 0 contra a Coreia do Sul, a primeira da história. Com o moral abalado, a seleção feminina precisou se reagrupar e encontrar o coletivo para seguir vivo nos Jogos Olímpicos. E conseguiu.

A classificação para a fase eliminatória veio de forma heroica, com duas vitórias seguidas contra China e Sérvia, e o jogo das quartas de final, primeiro jogo do mata-mata, ficou para sempre marcado na história do vôlei como um dos melhores embates de todos os tempos. A Rússia, 'pedra no sapato' brasileiro em tantas competições, teve seis chances de ganhar o jogo no tie-break, mas parou na atuação histórica da oposta Sheilla, que foi protagonista na reação brasileira.

Hoje, conhecida como uma das melhores opostas da história do vôlei mundial, Sheilla relembra a campanha de Londres em 2012 e afirma que, desde sempre, sonhava - e se visualizava - como campeã olímpica.

"Desde que eu entendi a grandeza do esporte, que poderia se tornar uma profissão, a grandeza de uma Olimpíada, eu tinha 15 para 16 anos e já sonhava em ser campeã olímpica. Claro que entre sonhar e acontecer é um processo longo. Muitas coisas aconteceram no meio do caminho. Eu tinha como objetivo isso, tudo que fiz foi com objetivo de ser campeã olímpica, e foi degrau por degrau. Essa clareza que eu tinha na minha carreira me ajudou muito a conquistar o que eu conquistei e até inspirar pessoas nessa minha jornada", relatou Sheilla.

E nada disso foi por acaso. Para chegar no lugar mais alto do maior pódio esportivo, a mineira esbanjou trabalho intenso, dedicação e amor pelo voleibol. "A minha paixão pelo vôlei, acho que sempre ficou muito nítida para todo mundo. (Todos sabem) o quanto eu gosto de vôlei, de defender a seleção brasileira e vestir a camisa. Todos os clubes em que passei eu consegui mostrar essa paixão, esse comprometimento e dedicação diária. Foi uma carreira muito especial, muito feliz que tive", desabafou Sheilla.

 

 

A final foi reedição da anterior, em 2008, na qual as brasileiras conquistaram o primeiro ouro olímpico. Em cima dos Estados Unidos, seleção que já havia superado o Brasil na fase de grupos, as brasileiras aproveitaram o bom momento e a confiança conquistada pela volta por cima para voltar ao lugar mais alto do pódio.

Na ocasião, o técnico José Roberto Guimarães se tornou o primeiro brasileiro tricampeão olímpico, status que mantém com exclusividade até hoje. Experiente, o comandante definiu o grande responsável pela campanha de ouro, em famoso documentário sobre a conquista, em poucas palavras: "a união de um time".

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