O salto da Superliga C do vôlei feminino para um dos maiores clubes do país mostra o potencial da central Juliana Gandra, de 18 anos, que foi observado de perto pelo técnico Bernardinho, do Sesc Flamengo. Depois de defender o Sada Argos por cinco anos, a jogadora teve um importante reconhecimento ao ser contratada para a próxima temporada por uma das equipes de maior expressão no país.

Juliana chegou ao time de Contagem com apenas 13 anos, tendo boa evolução, sabendo aproveitar as oportunidades para dar sua contribuição nos resultados positivos, que fizeram o elenco desbancar adversários de categorias superiores. Juliana chega ao Flamengo com experiência dentro da seleção brasileira de base, com as convocações deixando clara sua qualidade desde os primeiros anos de carreira. Juliana chama atenção, entre outros atributos, pelo seu saque, com ela se posicionando fora da zona de serviço, próximo ao local onde ficam as reservas, algo bastante incomum, mas dentro das regras (assista vídeo ao final).

"Em alguns momentos, estar na seleção parecia um sonho muito distante. Agora estou realizando um sonho. Por ser a minha primeira experiência em um clube jogando na elite, é ainda mais especial. O Sada Argos foi e é muito importante pra mim. Foi ali onde cresci e evoluí como pessoa e atleta, me trouxe muitas experiências, aprendizados e conquistas. Sou muito grata a todos", pontua. 

Juliana terá o privilégio de ser comandada por Bernardinho, um dos treinadores mais vitoriosos e conceituados do planeta. "O principal motivo pra tomar essa decisão foi a certeza de que vai ser um lugar onde vou aprender, crescer e evoluir cada vez mais. Estou ansiosa e animada para poder absorver ao máximo todos os ensinamentos passados por ele. É o início de uma etapa muito importante, espero aproveitar cada momento e aprender muito", conta a jovem. 

Um dos grandes talentos da nova geração

Quem trabalhou com Juliana reconhece seu talento e merecimento para chegar a novo patamar. "Ela é uma menina muito dedicada, esforçada, inteligente e extremamente talentosa, aprende muito rápido. Falta aprimorar todo o potencial que ela tem. O talento está ali, só precisa ser bem trabalhado.É um nome da nova geração a ser observado. Um lado positivo é a chance de trabalhar com uma das melhores comissões do país. O crescimento, ao lado de atletas mais experientes, participando de torneios em categorias acima da sua e com uma comissão tão qualificada, podem ajudar a acelerar o processo de formação", analisa Pedro Moska, que foi treinador do Sada Argos na última temporada, quando o time subiu da Superliga C para a B antes de voltar para a 3ª divisão.  

Para o treinador, Juliana precisa jogar e ganhar rodagem, situação que será analisada pela comissão técnica carioca. "Não acho benéfico pular etapas. O ideal é ela jogar na equipe adulta, mas também disputar os campeonatos da sua categoria. Ela precisa jogar, e nos torneios adultos, provavelmente, ela ainda ficará no banco. O que essas atletas mais novas precisam, e muito, é jogar. Isso vai ajudar a desenvolver ainda mais seu potencial ao invés de apenas treinar. Ela tem potencial pra dar qualquer salto na carreira", garante Moska.