Nossa viagem à Disney não vai começar pela área mais tradicional e visitada, o Magic Kingdom, mas por aquela que passou pela maior “revolução” nos últimos anos. O “queridinho” Epcot mudou bastante ao longo dos anos. Dos passeios e shows às exposições e opções gastronômicas, cada experiência no Epcot é divertida e esclarecedora. O segundo parque mais antigo da Disney, que vinha ficando obsoleto e perdendo os fãs mais jovens, agora está repleto de novas experiências, entre elas, a melhor entre todos os parques: a montanha-russa "Guardians of the Galaxy: Cosmic Rewind".
O Epcot (Experimental Prototype Community of Tomorrow, ou na tradução, Comunidade de Protótipo Experimental do Amanhã) foi desde sempre a ambição do visionário Walt Disney. A ideia era uma ‘cidade do amanhã’ com moradores, dentro do denominado Projeto Flórida. Magic Kingdom, o parque mais famoso, teria surgido para financiar o Epcot. Após a morte de seu criador, os imagineers da Walt Disney Word revisitaram suas ideias e, ao invés de uma cidade, buscaram inspiração para criar um parque do futuro – nos 1960, o conceito de futuro era muito difícil de ser entendido.
O antigo Future World foi transformado em quatro áreas diferentes – World Celebration (na entrada do parque, com Spaceship Earth (foto acima, crédito: Paulo Campos) e a nova área CommuniCore Hall), World Nature (com Soarin’s Around the World, The Land, The Seas with Nemo and Friends e Journal of Water), World Discovery (com Mission Space, Test Track e Guardians of the Galaxy) e World Showcase (com os pavilhões de 11 países, Remy’s Ratatouille Adventure, The Gran Fiesta Tour, Frozen Ever After e o show Luminous).
Cinquenta e oito anos depois da morte de Walt Disney – que não viveu o suficiente para ver seus parques ‘decolarem’ de sua imaginação –, o Epcot é uma celebração aos povos de todo o mundo, uma antevisão do futuro de globalização e inclusão. O mundo se reúne em 11 pavilhões localizados estrategicamente em torno de uma lagoa. Esses espaços, que podem ser identificados por símbolos – o da França é a Torre Eiffel; o do Japão, um templo; o do México, uma pirâmide maia –, trazem experiências autênticas que passam pela cultura e pelo paladar. É uma outra viagem dentro da viagem.
Nossa visita começa pela Word Celebration. Por lá, o espaço mais instagramável é seu símbolo máximo, a Spaceship Earth (foto acima, crédito: Paulo Campos), a imensa bola de golfe prateada, que pode ser visualizada de qualquer ponto. Acomodados em um carrinho, os visitantes presenciam em uma linha do tempo a história da comunicação, do homem neandertal à internet. Com aquilo que o norte-americano faz de melhor: cenários e personagens tão perfeitos que se confundem com realidade. Essa é uma linha em avanço constante, a ponto de o Epcot ser considerado pela Disney como o "parque que nunca vai ser concluído”.
No Epcot, o visitante deve ficar ligado na plataforma My Disney Experience e reservar logo um lugar na fila virtual da atração mais procurada pelos visitantes: Guardians of the Galaxy: Cosmic Rewind (foto abaixo, crédito: reprodução/Instagram/@disneyparks). Hóspedes dos resorts da Walt Disney podem agendar a atração às 7h ou 13h, depois somente com o Lightning Lane (“fura-fila”) e se houver vaga disponível. A aventura da Marvel Comics narra a história de cinco mercenários que, em uma galáxia distante, são forçados a juntar forças para fugir da prisão e acabam ficando no meio de um conflito cósmico.
Depois de anos, enfim o Epcot já tem uma atração para os fãs mais jovens, que curtem algo com mais emoção. Ao entrar na atração na montanha-russa, o visitante é conduzido por longos corredores em tons azulados até a Xandar Gallery, para conhecer os personagens, e depois encaminhado para uma antessala, onde é recebido pela comandante da Nova Corps (Glen Close, foto abaixo, crédito: Walt Disney Pictures / Divulgação). Detalhe: não é preciso background cinematográfico para frequentar os parques da Disney e entender a simbologia, basta mergulhar na fantasia. A missão é recuperar o gerador que teletransporta para o planeta Xandar.
Colocados em carrinhos em dupla, os visitantes são lançados no espaço em um conflito interestelar. A montanha-russa já começa com o lançamento reverso, de trás para a frente. Ela também coloca os visitantes em assentos que giram a 360° e viajam a até 60 milhas por hora. Não há loopings nem movimento radical, os carrinhos apenas deslizam pelos trilhos de um lado para o outro em ziguezague, o que pode causar enjoo nas pessoas mais sensíveis. Como é no escuro, a sensação é que você está no espaço, no meio do nada. A montanha-russa também parece muito mais alta do que se imagina ou realmente é.
A duração da viagem desde a saída da estação até o retorno à estação de descarga é de aproximadamente 3,5 minutos. A música tem papel importante nesse percurso. Cada passeio é destacado por uma das seis músicas – September (Earth, Wind & Fire), Disco Inferno (The Tramp), Conga (Gloria Estefan), Everybody Wants to Rule the World (Tears for Fears), I Ran (A Flock of Seagulls) e One Way or Another, de Blondie – , tocadas aleatoriamente por meio de áudio integrado. Na minha vez, fui brindado com minha preferida, Everybody Wants to Rule the World, do Tears for Fears.
A mais cara montanha-russa da Disney custou em torno de US$ 500 milhões, e o prédio que a abriga é tão gigante que nele caberiam três bolas de golfe prateadas. Mesmo não tendo nada de tão radical, você sai aos urros. Depois da experiência em Guardians of the Galaxy, Soarin’s (foto abaixo, crédito: Walt Disney Resort / Divulgação) é o refresco que você precisa. Inaugurada em 2016 com voo de asa-delta sobre a Califórnia, o visitante "voa" literalmente sobre paisagens naturais e pontos turísticos. A alta definição das imagens torna a experiência ainda mais envolvente e emocionante. A asa-delta imaginária desliza suavemente pelos cenários, revelando Soarin’s como uma das mais empáticas e bem-sucedidas atrações da Disney.
Pelo percurso, surgem o Matterhorn nos Alpes Suíços; os fiordes de gelo da Groenlândia; o porto de Sydney, na Austrália; o Castelo de Neuschwanstein, na Baviera, na Alemanha, inspiração para o Castelo da Bela Adormecida; e uma manada de elefantes na base do monte Kilimanjaro, na Tanzânia. Nesse momento, sente-se cheiro de poeira. Em seguida, desfilam imagens da Grande Muralha da China; Grande Pirâmide de Gizé, no Cairo, Egito; o Taj Mahal, na ìndia; Monument Valley, em Utah (EUA); as ilhas Fiji; as cataratas do Iguaçu e a Torre Eiffel, voltando finalmente ao Epcot.
Festival
O calor intenso e o sol escaldante da Flórida a “fritar os miolos” neste verão não têm impedido os visitantes de percorrer freneticamente os pavilhões do World Showcase em busca de sabores dos mais diversos no Epcot International Food and Wine Festival, que vai até 18 de novembro. Você pode degustar um “boeuf bourguignon” no espaço da França; “hawaiian rice bowl” no do Havaí; sobremesa “lamington” no da Austrália; ou “tostada de camarones” no do México – tudo acompanhado de drinks típicos. O Brasil está lá com feijoada, pão de queijo, caipirinha e cerveja Xingu.
Durante o evento, o público também pode acompanhar shows de bandas conhecidas, como The Fray, Tiffany, Aloe Blacc, Yellowcard e Boys II Men. O festival apresenta 240 pratos de todo o mundo, espalhados por mais de 30 locais do marketplace global. A novidade deste ano é o CommuniCore Hall, inaugurado em junho, onde é possível degustar macatizes, o macarrão com queijo. A dica é compartilhar pratos para experimentar sabores sem gastar demais ou abarrotar o estômago.
Se seus planos de viagem permitirem, visite o parque durante um desses seus festivais sazonais. A partir de 29 de novembro, é a vez do International Festival of the Holidays, com receitas tradicionais de todo o mundo. Na época do Natal, pode-se degustar cookies no Holiday Cookie Stroll, participar do Candlelight Processional, onde celebridades recontam a história do Natal, ou da Olaf’s Holiday Tradition Expedition, uma divertida caça ao tesouro para a família. Durante o percurso pelos pavilhões, o visitante pode fazer pausas para visitar algumas atrações e se refrescar no ar-condicionado.
Atrações para toda família
No pavilhão da França, um simulador em 4D coloca o visitante na pele do rato Remy em uma correria desenfreada pela cozinha e sala de jantar do restaurante de Gusteau, em Remy’s Ratatouille Adventure (foto acima, crédito: Pixar/Divulgação). É como se o visitante estivesse dentro do filme. Em 2016, a Disney redesenhou o pavilhão da Noruega para incluir personagens de seu sucesso Frozen. Sairam os vikings para entrar Ana, Elsa e Olaf em Frozen Ever After. Cante com todas as forças o refrão empolgante de Let it Go. No melhor e mais animado pavilhão, o do México, a pirâmide de Chichén Itzá, um passeio leva uma divertida comunhão entre Pato Donald, Panchito e Zé Carioca no Grand Fiesta Tour. Você ainda pode tirar fotos com personagens da animação A Vida é uma Festa, visitar uma feira de artesanato, tomar tequilas e margueritas e aproveitar um jantar autenticamente mexicano no restaurante La Cantina de San Angel, todo inspirado em uma fazenda rural do século XVII.
Grand Fiesta, Frozen e Nemo são atrações ingênuas, para toda a família: os visitantes percorrem lentamente um rio em um barco. Pelo caminho do The Seas with Nemo and Friends, você verá águas-vivas, minas subaquáticas, o tubarão Bruce, a tartaruga-marinha Crush e seu amiguinho Squirt. Mas onde está Nemo? Continue o percurso até encontrá-lo. Tudo termina em uma espécie de oceanário com diversos peixes, inclusive os peixes-palhaço que inspiraram a animação da Disney e Pixar. É quase um mergulho no fundo do mar, mas sem se molhar. Como tudo na Disney, os passeios terminam invariavelmente em uma lojinha.
Mais extensões de entretenimento envolvendo a água surgiram no ano passado em Journey of Water. O jardim aquático ao ar livre propõe um percurso pelas estações do ano no World Nature, área que se dedica a preservar a beleza e o equilíbrio do mundo natural. Journey of Water é inspirada na animação Moana – Um Mar de Aventuras. Os visitantes são convidados a percorrer um caminho e brincar com uma água mágica. Desse modo, gotas d’água podem virar um piano e construir sons. Tudo sob os olhares de Moana estilizada em uma árvore (foto acima, crédito: Paulo Campos).
Fogos como celebração da magia
No verão norte-americano, deve-se andar sempre com uma garrafinha de água (há, no parque todo, bebedouros para abastecer), usar boné e protetor solar, além de fazer aquelas paradas para uma foto com o dono de toda essa magia no World Celebration. No mirante Dreamers Point, está a estátua bronze de Walt Disney chamada Walt the Dreamer. Lembre-se que o dia longo e só termina por volta das 21h, com o público se acomodando no entorno do lago para assistir Luminous – The Symphony of Us, o espetáculo noturno no World Showcase Lagoon que estreou em dezembro do ano passado.
Luminous (foto acima, crédito: Disney World Resoert / Divulgação) estreou no Epcot no mesmo dia de inauguração do World Celebration Gardens e da Walt the Dreamer. Estrategicamente às margens do lago, contemplam-se águas dançantes, luzes coloridas, fogos de artifícios e músicas icônicas da Disney, como You’ll Be in my Heart, de Tarzan, Friend Like Me, de Aladdin, e, claro, Can You Feel the Love Tonight, do Rei Leão, e outras feitas exclusivamente para o espetáculo. Diferente do show do Magic Kingdom, não há projeções. Luminous, como declarou Tom Williams, produtor executivo da Disney Live Entertainment, é sobre "como todos nós trazemos nossa luz para o mundo e como podemos deixar que ela brilhe e que os outros a vejam". Em resumo, é Disney sendo Disney: mágica e encantadora.
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