Campanha digital, press trip, promoção em feiras e aplicativo Cordilheira 360º são algumas das ações do governo de Minas para promover a cordilheira do Espinhaço como destino turístico no Brasil e no exterior.
Com custo aproximado de R$ 1 milhão, a campanha foi lançada nesta terça-feira (24/6) pelo governo de Minas, por meio das secretarias de Estado de Cultura e Turismo e Comunicação, em parceria com 172 municípios e 22 Instâncias de Governança Regionais (IGRs).
Durante o evento, foi assinado um protocolo de intenções criando o consórcio intermunicipal de desenvolvimento do Espinhaço de forma integrada e apresentada a nova marca do destino. A proposta é dotar, nos próximos meses, a cordilheira de rotas turísticas e colocá-las nas prateleiras de agências e operadoras.
Há exatos 20 anos, no dia 24 de junho de 2005, a cordilheira do Espinhaço foi reconhecida como Reserva Mundial da Biosfera pela Unesco, braço da ONU para cultura, educação e ciência. O maciço de montanhas abrange mil quilômetros, começando em Ouro Branco, em Minas Gerais, e se estendendo até a Chapada Diamantina, na Bahia.
No topo das montanhas, nascem os rios São Francisco, Doce e Jequitinhonha. Também se concentram no Espinhaço 50% do patrimônio histórico tombado no Estado, sítios arqueológicos, centenas de cachoeiras, cem unidades de conservação e três biomas – Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. A chancela da Unesco não só reconheceu toda a biodiversidade da região, como abriu espaço para projetos de conservação, pesquisas científicas e desenvolvimento sustentável.
Para Miguel Ângelo Andrade, coordenador do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera do Espinhaço, a serra do Espinhaço é uma síntese de Minas porque traduz muito o que somos hoje:
- “Reservas da Biosfera são territórios com características únicas para conservação da natureza e patrimônio cultural. Ela só tem sentido se trabalhar de forma integrada a conservação da natureza, a cultura, a promoção da experiência aliada com os saberes tradicionais. Tudo isso como eixo promotor de desenvolvimento econômico para a região. Nosso desafio maior é reconhecer esses territórios em escala municipal, junto às comunidades, e ter o compromisso desses cidadãos de se apropriarem desses territórios. A gente hoje inaugura uma rota, um itinerário para traduzir essa síntese para as pessoas”.
Maior entusiasta da cordilheira do Espinhaço, o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, destaca que o Espinhaço é um território onde nascem o barroco, a arquitetura, a arte alimentar e um dos maiores patrimônios naturais do país, além de ser o elo entre outras regiões do Estado. O gestor ainda destacou o mapeamento que está sendo feito dos atrativos turísticos e naturais da cordilheira.
"Mapear a cordilheira organiza o destino e valoriza seus atrativos, já sinalizá-la qualifica a experiência do visitante e estrutura o turismo sustentável, criando um produto reconhecível e acessível”, pontua o gestor. “Por isso é importante o envolvimento de todos os municípios, porque precisamos mapear o máximo de zonas de interesse e também de prestadores de serviço. É um facilitador para um agente de viagens lá de Portugal que quer vender Minas Gerais, para que possa achar facilmente um guia, um hotel, como também para o público final”, acrescenta Bárbara Botega, secretária-adjunta de Comunicação Social.
Um dos instrumentos de promoção e mapeamento é o aplicativo Cordilheira do Espinhaço 360º, criado pela plataforma de realidade virtual Mavis360. Até novembro deste ano, garante Rodrigo Zazá, diretor de Marketing e Inovação da empresa, boa parte dos atrativos turísticos e naturais dos municípios localizados na cordilheira estarão mapeados. Apresentada em abril na feira WTM Latin America, a plataforma já desenvolve um trabalho com o município de Capitólio no lago de Furnas. A proposta da Mavis360 é criar uma experiência virtual no destino.
A nova ferramenta também foi pensada para facilitar a formatação de roteiros e pacotes pelos operadores e agências de viagens, mapeando inclusive atrativos, hotéis e agências de receptivos. “Além das fotos e informações turísticas, você tem um mapa da cordilheira em 3D com as dicas de pontos turísticos. O projeto Mavis360º vai facilitar o planejamento da viagem e aumentar a permanência do turista no território”, afirma Zazá.
Bárbara Botega ainda apresentou a nova identidade visual da cordilheira: a partir do conceito do Espinhaço como símbolo de resistência, ancestralidade e biodiversidade, a nova marca é uma coluna vertebral que sustenta narrativas, paisagens e futuros possíveis do Brasil, além de ecossistemas, tradições e territórios.
São cinco linhas coloridas que têm como inspiração os tons terrosos escuros, cinzas das pedras, verdes-musgos e toques dourados nas cores; minerais, mapas topográficos e rochas na textura; a silhueta da serra ou a linha de relevo contínua no ícone, que pode ou não acompanhar o selo gráfico.
A nova identidade visual, enfatiza Bárbara, será de uso livre e foi elaborada para traduzir a diversidade dos territórios que abrange essa região. A marca poderá ser aplicada em diversos produtos e deverá vir acompanhada da marca da Reserva da Biosfera.