Ben Gurion, fundador do Estado de Israel, sonhava em ver o deserto florescer. Ele dizia: “É no Neguev que serão testados a criatividade e o vigor pioneiro de Israel”. Por esse motivo, nunca quis abrir mão dessa faixa desértica de terra. Depois de permanecer 13 anos no poder (1948-1954 e 1955-1963), ele se retirou em 1970 para o deserto de Neguev, precisamente para Sde Boker, um remoto e isolado kibutz, onde viveu até sua morte, em 1973.
O político, que é considerado o “pai da nação” Israel, hoje está enterrado no Ben Gurion’s Tomb National Park. O velhinho careca e humilde, que andava de calças curtas, plantava bananeira e amava a vida simples, não viveu para ver o Neguev florescer: 50 anos depois, o extenso triângulo de terras na fronteira entre a Jordânia e o Egito se transformou em um celeiro de pesquisas agrícolas e uma área de inovações tecnológicas.
Neguev, que significa “sul” em hebraico, ocupa quase 60% do território de Israel (13 mil km²) e engloba experiências turísticas únicas, como a cratera Ramon, o maior fenômeno geológico do mundo causado por erosão, as experiências em kibutz ou em acampamentos para vivenciar o modo de via beduíno, passeios de camelo, flutuação no mar Morto, Massada e sua história de resistência e um balneário com águas mornas e transparentes.
Neguev é um deserto de fácil acesso: está a apenas duas horas e meia de estrada do Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv. A dica é contratar um receptivo como o Moni Sitton para tornar a viagem mais segura e prazerosa. A melhor época para visitar a região é o inverno, entre os meses de dezembro e fevereiro, quando as temperaturas estão mais amenas, em torno dos 30ºC/35ºC. No verão, elas podem bater os 50ºC facilmente.
Depois de três dias em Tel Aviv, pegamos a rodovia 4 em direção ao balneário de Eilat, no mar Vermelho, no extremo sul de Israel, atravessando o deserto de Neguev. Ao contrário do que muita gente imagina, o deserto não é um ambiente árido, sem vida. Há oásis verdes, rios e trilhas entre cânions, sítios arqueológicos, rochas coloridas, vilarejos, fauna e flora, um cenário inóspito que o israelense aprendeu a dominar com inteligência e tecnologia.
Em Neguev, estabeleceram-se nos tempos bíblicos os nabateus, povo nômade que fundou Petra e Avdat e constituiu a Rota do Incenso e das Especiarias, onde o rei Salomão ergueu minas de cobre e a natureza produziu, há milhões de anos, seus caprichos, transformando o deserto em ponto turístico. A porta de entrada é Beersheva, cidade com 200 mil habitantes citada em várias passagens bíblicas e o local onde Abraão viveu com seu filho Isaque.
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Tel Aviv é a face moderna e mais liberal de Israel; conheça o destino
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No passado, Israel já teve até 265 kibutzim, hoje não passam de 40. O Neot Semadar é um dos mais surpreendentes: um oásis no meio do deserto. O kibutz foi criado em 1989 por um grupo de amigos interessados em aprendizagem e cooperativismo. O edifício central é uma torre de 120 metros com estilo arquitetônico inspirado em construções do Oriente Médio. Mais do que algo exótico e decorativo, utiliza um interessante sistema de resfriamento que funciona como um ar-condicionado natural.
A torre, que serve também de mirante panorâmico, ainda é um centro de arte com pátio e espaços para oficinas, uma galeria de arte e uma lojinha, além de um restaurante vegetariano à beira da estrada. O visitante recebido pelo coordenador David di Castro, que trocou a Itália por Israel há 30 anos. Antes de iniciar o tour, assiste-se um vídeo para entender a filosofia e funcionamento do kibutz, um dos mais bem-estruturados do país.
A brasileira Mônica Fagundes é uma das 50 voluntárias. Ela escolheu o kibutz como uma forma de reavaliar a vida, como “experiência de autoconhecimento”. “Eu encontrei mais do que isso, consegui trabalhar meu emocional. A maioria das pessoas que vêm não entende esse lugar”, afirma. Os voluntários, segundo ela, procuram o kibutz por motivos dos mais diversos. Além do trabalho diário, eles participam de workshops de cerâmica, porcelana, música etc.
No caso de Mônica, o trabalho é com a agricultura orgânica. No Neot Semadar cultivam-se tâmaras, maçãs e outras frutas sazonais. Os pés de tâmara estão espalhados por toda a parte. Há, ainda, criação de cabras e a produção de queijos e vinhos. O kibutz oferece, segundo Castro, a oportunidade de vivenciar o turismo de experiência. Os produtos são comercializados em uma lojinha.
Pouco mais adiante está o kibutz Eco-Kef, com uma proposta voltada à ecologia e à reciclagem. Baseado nos princíios da parmacultura, foi criado há 25 anos, quando ainda não se falava em ecologia. O argentino Julio Saientz, um dos coordenadores, conta que é um dos kibutzim mais jovens de Israel. Tudo ali é sustentável: 70% da energia vêm de placas solares; as construções são feitas de adobe; as hotas e os canaviais utilizam a filtragem da água; materiais são todos reciclagem, incluisve o plaground para crianças; Visualmente, percebe-se um claro – e impactante – contraste com o Neot Semadr.
A caminho de Eilat, a última parada é no Timna Park, com suas curiosas formações geológicas. Localizado a 45 minutos do balneário, o parque guarda antigas minas de cobre exploradas pelo faraó Ramsés II, descobertas pelo arqueólogo norte-americano Nelson Glueck, conta Eduardo Finkelstein, que trocou o jornalismo pela profissão de guia. Um dos destaques são as colunas do rei Salomão, da altura de um prédio de 12 andares.
As minas de cobre são uma prova, segundo Finkelstein, de que os egípcios estiveram na região. O cobre foi uma das matérias-primas mais importantes da época. No sítio arqueológico também foram encontrados vestígios de fornos de fundição e utensílios na Colina dos Escravos. Há quatro anos, conta ele, foi achada a ossada de uma mulher grávida. Todos esses vestígios revelam que o rei Salomão pode realmente ter existido.
Uma exibição multimídia em um auditório em formato de redoma insere o visitante na história dos faraós. O Timna Park também é famoso pelas rochas coloridas, que vão do bege ao vermelho, e de formatos variados. Trilhas curtas e longas podem ser percorridas para observar as formações – infelizmente, nosso tempo não permitiu. Há, ainda, a opção de contratar tour privado estilo safári. Uma boa dica é comer no restaurante Timna, a US$ 22.
A partir de agora é obrigatório ter um seguro-viagem com cobertura de até US$ 30 mil contra a Covid-19. A nossa dica é a Total Assist, que oferece mais 30 coberturas e assistências, inclusive uma opcional contra a Covid.
O Total Assist possui cobertura para viagens aéreas, marítimas e terrestres. A contratação é feita em menos de dois minutos de maneira totalmente digital. O viajante ainda tem assistência 24 horas diretamente do celular.
O seguro-viagem da Total Assist cobre imprevistos relacionados a sua saúde (despesas médicas, hospitalares, odontológicas e farmacêuticas), bagagem (danos ou perda) e voo, (atraso, interrupção ou cancelamento.
Em relação à viagem, também cobre prorrogação da estadia, retorno do segurado e do acompanhante e casos graves, como invalidez total ou parcial por acidente, morte acidental, translado de corpo e regresso sanitário.
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Serviço
Saiba mais sobre Israel: Acesse Go Israel.
Dados Gerais
Moeda: Shekel (símbolo = ILS) / US$ 1 = 0,69 ILS / R$ 1 = 3,56 ILS
Melhor época para visitar: abril a outubro
Fuso horário: 6 horas à frente do Brasil
Como chegar
Não há voos diretos para Israel. Várias companhias aéreas têm voos com conexões para Tel Aviv, entre elas Air France, Iberia, Ita Airways, KLM, Latam, TAP, Turkish e United.
Quem leva
Agência: Terra Santa Turismo ou Instagram / @turismo_israel
Pacote: Egito e Israel em 14 dias
Inclui: Hospedagem em hotéis quatre estrelas com café da manhã e jantar, guia falando português no Egito e em Israel, tour em ônibus privativo e passeios (entradas em museus, parques nacionais e locais de visitação), taxas de fronteira e visto do Egito e seguro-viagem internacional.
Preço: R$ 12.880 à vista ou 8 x R$ 1.610 sem juros por pessoa em apartamento duplo
Opcional: Bilhetes aéreos a R$ 8.200 à vista ou em 10 vezes sem juros, incluindo as taxas de embarque