Oito entidades representativas do setor de turismo enviaram nesta terça-feira (24) uma carta aberta ao presidente Jair Bolsonaro solicitando medidas urgentes para amenizar as perdas de empregos pela qual passará o setor nos próximos meses.  Segundo o documento, o turismo pode perder de imediato um milhão de empregos diretos e indiretos. As entidades reforçam ainda que o setor faturou R$ 238,6 bilhões e empregou quase três milhões de trabalhadores.

Até meados de março, afirma o documento, a taxa de cancelamento de viagens ultrapassou 85%. "Os impactos são reais, incontestáveis e tristes", enfatiza a carta, acrescentando que "está dificultando qualquer visão de sustentabilidade dos negócios".  O documento se mostra preocupado principalmente com "a manutenção de milhares de empregos.

As entidades consideram a MP 297/2020 publicada pelo governo federal na semana passada insuficiente para conter a crise. Na Medida Provisória, o governo flexibilizava os direitos trabalhistas. Hoje, 80% dos parques, hotéis e resorts suspenderam as operações. Como adiantou O TEMPO nessa segunda-feira (23), até o final desta semana 100% dos resorts associados à Resorts Brasil estarão fechados.

"As restrições às viagens ao redor do mundo em função da pandemia e a necessidade de isolamento social paralisam a cadeia do turismo e assolam a economia de turismo global", afirma o comunicado sua caráter de urgência. E acrescenta: "O turismo parou". O documento fala ainda em"falência" das empresas e a iminente "supressão imediata dos empregos". 

As entidades citam França, Espanha, Portugal, Itália, Estados Unidos, Argentina e Uruguai, que já tomaram medidas para manter empregos e salvar a economia do turismo. As demissões representam, segundo elas, nada menos de 4 milhões de pessoas impactadas, "mais de metade da população do Rio de Janeiro e 1/3 da população de São Paulo". "Um desastre não só para economia, mas para a imagem do destino Brasil", conclui a carta endereçada a Bolsonaro. 

Assinam o documento a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), Associação Brasileira das Agências de VIagens Corporativas (Abracorp). Associação Brasileira das Agências de Intercâmbio (Belta), Associação Brasileira dos Consolidadores de Passagens Aéreas e Serviços de Viagens (Air Tkt), Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), Clia Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos) e Aviesp (Associação das Agências de Viagens do Interior do Estado de São Paulo). Outras oito entidades endossam o documento.