O canal do Panamá é um espetáculo à espera dos flashes dos turistas. É também orgulho para todo panamenho e símbolo máximo de soberania. É, ainda, o cartão-postal número 1 do país, uma varanda por onde se debruçam os visitantes para assistir a passagem de cargueiros e transatlânticos. É o tipo de passeio que leva uma tarde.
O ingresso individual custa US$ 15 (R$ 60,89) e inclui ver as eclusas, tour pelo museu (com sua fauna e flora, equipamentos e fotos de época e até um simulador que reproduz a entrada de um cargueiro no canal) e a exibição de um vídeo sobre sua construção.
O guia Dazzel Spinoza Marshall foi quem guiou nosso passeio, recheado de informações históricas e comentários espirituosos. A primeira tentativa de construir o canal foi do francês Ferdinand de Lesseps, em 1881, e revelou-se uma tarefa descomunal. Mais de 20 mil pessoas morreram em consequência da malária, dengue e febre amarela. Os franceses abandonaram o projeto, e 20 anos depois a obra foi retomada pelos norte-americanos. A percepção também mudou: o canal não nasceu como uma obra comercial (para controle do comércio de ouro e prata), mas militar (para controle dos mares).
Mas, na opinião de nosso guia, o canal foi mais um êxito médico do que de engenharia. Os Estados Unidos investiram US$ 15 milhões para aniquilar as doenças antes de continuar a obra. De 1907 a 1913, foi realizada a parte mais difícil: a escavação do Corte Culebra para a retirada de 153 milhões de metros cúbicos de terra.
Em 15 de agosto de 1914, o canal foi inaugurado como a maior obra de engenharia já construída pelo homem. São 80 km com três eclusas (Miraflores, Pedro Miguel e Gatún), elevadores de água para descer ou subir navios, já que o canal está 26 m acima do nível do mar. A de Miraflores é a única com infraestrutura para receber turistas.
Novas eclusas
Gigante. O Panamá inaugurou em 2016 o terceiro canal com jogos de eclusas, que se une aos dois existentes e permite a passagem de barcos três vezes maiores. A obra custou US$ 5,25 bi.