BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, nesta segunda-feira (16), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em sua residência em São Paulo. O encontro ocorreu um dia após o presidente ter recebido alta do Hospital Sírio-Libanês, onde fez dois procedimentos na cabeça.
Os dois trataram da agenda econômica no Congresso, que tem como prioridades o pacote fiscal de controle de gastos e a regulamentação da reforma tributária, além do Orçamento de 2025. Após o encontro, Haddad afirmou à imprensa que Lula está “muito bem disposto” e foi um despacho “absolutamente tranquilo”.
“Confesso a vocês que me surpreendi com a condição do presidente. Está muito tranquilo, despacho absolutamente normal, está corado, está bem. Nenhuma queixa [de dor]”, disse.
No âmbito da reforma tributária, o que mais preocupa o governo é o fato de o Senado ter retirado armas de fogo e bebidas açucaradas, como refrigerantes, do Imposto Seletivo, que será criado para tributar produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Haddad ainda espera que, nesta semana, a Câmara reverta a decisão.
Tanto a reforma tributária como o pacote fiscal, que inclui medidas que afetam o salário mínimo e o cadastro no Bolsa Família e no BPC, devem ser votadas nesta semana pelo Congresso. Segundo o ministro, Lula quer a aprovação dos projetos sem grandes alterações.
“O apelo que ele está fazendo é para que as medidas não sejam desidratadas. Temos um conjunto de medidas que garantem a robustez do arcabouço fiscal e estamos convictos de que vamos cumprir a meta fiscal nos próximos anos”, disse.
Apesar do tempo curto - esta é a última semana de votações do ano no Congresso - Haddad afirma que espera ter todo o conjunto de medidas aprovado nos próximos dias pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, incluindo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Orçamento. E minimizou as dificuldades para a aprovação das peças orçamentárias: “Ano passado foi igual. Parece que é o novo normal”.
Lula permanece em São Paulo pelo menos até a próxima quinta-feira (19), por recomendação de sua equipe médica, mas ainda não há garantia de que ele retornará a Brasília no fim da semana. Com isso, acompanha à distância as negociações com o Congresso pelo avanço da pauta econômica.