BRASÍLIA - Em postagem nas redes sociais, neste sábado (9), o vice-secretário do Departamento de Estado do governo norte-americano, Christopher Landau, citou o Brasil e disse que “um único ministro do STF usurpou o poder ditatorial ao ameaçar líderes dos outros poderes, ou suas famílias, com detenção, prisão ou outras penalidades”.
Sem citar nominalmente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Landau fez referência às decisões determinadas por ele nos últimos meses. “Essa pessoa destruiu a relação histórica de proximidade entre Brasil e os Estados Unidos ao tentar, entre outras coisas, aplicar extraterritorialmente a lei brasileira para silenciar indivíduos e empresas em solo americano”, disse.
Na publicação feita em sua conta no X, o vice-secretário afirmou que a “situação é sem precedentes e anômala, justamente porque essa pessoa veste uma toga judicial”. A postagem foi repostada pelo perfil oficial no X da embaixada dos Estados Unidos no Brasil em português.
A separação dos poderes de um Estado é a maior garantia de liberdade já concebida pela humanidade. Nenhum poder, nem mesmo uma pessoa, pode acumular autoridade excessiva se for controlada pelos demais. Mas uma separação formal não significa nada se um dos poderes tiver meios de… https://t.co/CjJolkmYxn
— Embaixada EUA Brasil (@EmbaixadaEUA) August 9, 2025
No dia 30 de julho, os Estados Unidos incluíram Moraes na lista de punições da Lei Magnitsky. A justificativa oficial é a suposta violação "grave" de direitos humanos por parte do ministro. Em uma nota sobre a decisão, o Departamento do Tesouro dos EUA afirmou que Moraes "usou seu cargo para autorizar prisões preventivas arbitrárias e suprimir a liberdade de expressão".
O comunicado acrescentou que o ministro "investigou, processou e reprimiu aqueles que fizeram discursos protegidos pela Constituição dos EUA, submetendo repetidamente as vítimas a longas detenções preventivas sem apresentar acusações".
Ainda de acordo com o órgão, Moraes "minou os direitos de brasileiros e americanos à liberdade de expressão" e tem como "alvo políticos da oposição, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro" (PL), réu por golpe de Estado no STF. A nota colocou o ministro como alguém com um "poder extraterritorial".