Em um marco histórico para a Igreja Católica, o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi anunciado nesta quinta-feira (8) como o novo sumo pontífice após o conclave.
Intitulado papa Leão XIV, o sucessor do papa Francisco terá a sua disposição o novo Papamóvel, fornecido pela Mercedes-Benz no fim do ano passado. Trata-se de um Mercedes-Benz G580 elétrico com 587 cv de potência.
Os quatro motores elétricos nas rodas garantem tração precisa em deslocamentos lentos, enquanto o assento giratório central - flanqueado por dois bancos auxiliares - permite ao papa Leão XIV saudar fiéis em 360°.
Com teto removível, a autonomia de 470 km do jipão elétrico, especialmente adaptado para o uso papal, mantêm a essência dos modelos históricos, mas agora com emissão zero. O design preserva a icônica pintura branca, ligando passado e futuro.
O primeiro Papamóvel
A relação entre os papas e os carros da Mercedes-Benz ganhou contornos icônicos em novembro de 1980, quando João Paulo II desfilou pela Alemanha em um Mercedes 230 G adaptado. Foi nesta época que o veículo papal ganhou o apelido de "Papamóvel".
Com 4,39 m de comprimento e motor 2.3 de 102 cv, o veículo pioneiro surpreendeu pela cúpula de vidro removível, piso elevado e iluminação especial que destacava a figura do pontífice.
Curiosamente, a primeira unidade foi cedida em empréstimo ao Vaticano, marcando o início de uma parceria com a montadora alemã que se tornaria permanente.
Resposta aos atentados
O ataque a João Paulo II, em 1981, acelerou inovações em segurança. A montadora alemã equipou o Papamóvel com vidros à prova de balas e reforçou a estrutura, criando um padrão seguido nas versões subsequentes.
Em 1983, durante visita à Áustria, um detalhe chamou atenção: o logotipo da Mercedes foi substituído pelo da Steyr-Daimler-Puch, homenageando a coautoria no desenvolvimento do Classe G. Essa adaptação reforçou o caráter multicultural do projeto.
De limusines a SUVs
Antes do Papamóvel, os líderes da Igreja Católica utilizavam limusines como o Mercedes 300 Landaulet, dos anos 1960. A mudança para SUVs elevados em 1980 não foi apenas estética: a altura privilegiava a interação com fiéis.
Em 2007, Bento XVI recebeu um G 500 (foto abaixo) com para-brisa dobrável, usado inclusive pelo papa Francisco, durante a Jornada Mundial da Juventude, no Brasil, em 2013.
A versatilidade permite conversão entre modelos abertos e fechados, adaptando-se a cerimônias íntimas ou multidões.
Do Vaticano aos museus
Unidades históricas como o Papamóvel original de 1980 hoje repousam no Museu Mercedes-Benz, na cidade de Stuttgart, na Alemanha, testemunhando a evolução técnica de um dos veículos mais icônicos do planeta.
A placa SCV 7, do modelo de 1982, e a capota transparente usada por Francisco, em 2013, contam capítulos dessa narrativa automotiva.
Com o novo elétrico, a Mercedes não apenas honra as décadas de parceria da marca alemã com o Vaticano, mas escreve um novo capítulo onde tradição e inovação circulam juntas pelas ruas de Roma.