A febre dos bebês reborn no Brasil não só conquistou colecionadores, mas também trouxe de volta nas redes sociais uma curiosa e antiga estratégia de segurança no trânsito: o boneco Wilson, um passageiro inflável que imita um homem adulto.
Os motoristas acompanhados pelo passageiro falso no banco do carona surgiu, nos anos de 2010, como uma estratégia para aumentar a sensação de segurança, especialmente entre mulheres que dirigem sozinhas.
A ideia é simples: a presença de um "acompanhante", mesmo que de plástico, pode desencorajar a abordagem de criminosos, que muitas vezes escolhem como alvo pessoas desacompanhadas em seus veículos.
Cada unidade do boneco Wilson sai por R$ 690, com a opção de pagamento por Pix, no valor de R$ 455.
Wilson, o passageiro reborn?
Um dos modelos que tem ganhado destaque é o boneco "Wilson", criado há mais de 15 anos pelo empresário Roberto 'Juca' Amaral. Com a aparência de um homem grande e de feições sérias, o boneco foi projetado para ser realista à distância.
O produto acompanha uma bomba elétrica que pode ser conectada à tomada 12V do carro, permitindo que seja inflado e desinflado de forma prática pelo próprio motorista. "Ele tem um formato anatômico e uma aparência realista que enganam os olhos dos bandidos", destaca o empresário no site oficial do produto.
A propaganda do boneco é direta: "Os ladrões no trânsito preferem assaltar mulheres sozinhas em seus carros. Leve o Wilson e proteja-se".
O nome curioso é uma referência à bola de vôlei que se tornou a companheira do personagem de Tom Hanks no filme "Náufrago".
Adesão de famosos e outros públicos
A estratégia já ganhou adeptos conhecidos, como a ex-assistente de palco de Luciano Huck, a empresária e influenciadora digital Dany Bananinha. Em suas redes sociais, ela revelou ter comprado um Wilson para acompanhá-la em viagens.
"Mesmo que o carro fosse blindado, mulher andando sozinha vão (os assaltantes) em cima da gente de qualquer forma. Ele tem um bonezinho, vou colocar uma roupa legal. Mas chegando no Projac vou esvaziar ele, senão vai ficar todo mundo olhando" disse Bananinha em janeiro, quando revelou usar o "passageiro reborn" para seus seguidores.
Segundo o criador do boneco, embora o foco inicial seja as mulheres, o público masculino também tem aderido à ideia, principalmente caminhoneiros e motoristas de frete, que buscam uma camada extra de proteção durante longas jornadas.
PM desaconselha o 'passageiro reborn'
Apesar da boa intenção, a Polícia Militar de São Paulo já desaconselhou publicamente a utilização dos bonecos como medida preventiva contra assaltos.
"À distância, talvez até funcione. Mas, geralmente, quando se sente enganado, o bandido pode se tornar mais violento" alertou a corporação.