Em entrevista concedida à Live do Tempo desta sexta-feira (8), Ricardo Bacellar, líder do setor automotivo da KPMG Brasil, afirmou que não vê com muita expectativa o avanço da pauta sobre carros elétricos no país. Segundo ele, outrora, antes da crise do novo coronavírus (Covid-19), a discussão já era complicada, devido aos altos custos do projeto. Agora, com a alta do dólar, tornou-se inviável.

"Ano passado, fizemos uma pergunta direta ao consumidor sobre o interesse em veículos elétricos e tivemos 80% de assestividade. Veja bem, nem inclui o fator financeiro, para não direcionar a questão, pois queríamos entender o mercado. Antes da Covid-19, já discutiamos os desafios de colocar os veículos elétricos em circulação devido ao custo. Se lá fora já era caro, imagine aqui. Posso dar um dado aqui: uma bateria de carro médio, ano passado, custava 9 mil dólares. Um só componente custava 9 mil dólares. Então, o desafio para produzir veículos elétricos aqui é muito grande. E não estou falando da capacidade tecnológica e fornecedores. Essa pauta será adiada. Se foi adiada na Europa, aqui com certeza", lamentou Bacellar.

Porém, Bacellar viu com otimismo o avanço do Brasil em biocombustíveis, como o etanol.

"O Brasil tem uma posição privilegiada devido aos biocombustíveis, que são comprovadamente eficazes e em termos de emissão batem qualquer alternativa. Se colocarmos que existem fortes investimos para o etanol 2.0, que é muito mais efciente e menos poluente, o cenário aponta com um futuro própero", completou.