Lançamento

Desenvolvido para ir à guerra

Agrale Marruá AM 200 ganha retoques e equipamentos; caixa reduzida chega como opcional


Publicado em 09 de setembro de 2015 | 03:00
 
 
 
normal

Quando foi lançado, em 2003, o Agrale Marruá atendia especialmente as necessidades das Forças Armadas. Por isso, já chegou “alistado” no Exército Brasileiro. Só depois é que se tornou um veículo disponível para outras finalidades – a maioria delas, profissional. Agora, com a segunda geração do modelo, a Agrale faz o caminho inverso. As melhorias chegam primeiro ao modelo civil para, no futuro, serem transferidas para a vertente militar. E por mais que as vendas realizadas diretamente ao consumidor final sejam irrisórias perto do total – das 4.000 unidades emplacadas até hoje do Marruá, cerca de 3.500 foram para o Exército –, a Agrale tratou de inserir itens no grandalhão que o tornam menos distante de um modelo de passeio. Caso da versão AM 200, a de entrada, que agora recebe como opcional até uma central multimídia.

A explicação para investir primeiro no modelo civil é bem simples. Para se certificar um veículo militar, o processo dura, em média, de três a quatro anos. Ou seja, o dobro do que a marca levou para homologar a nova geração do Marruá. Por isso, entende-se que em mais ou menos dois anos ele já estará disponível para ambos os segmentos. Mas, com isso, a versão caminhonete deixa de ser oferecida por enquanto, dando vez apenas às picapes de cabine simples e dupla e à versão chassi-cabine. Considerando todas as variações, o Marruá chega a 15 configurações. Os preços vão de R$ 170 mil, para a versão chassi-cabine simples, a R$ 220 mil, para a picape cabine dupla com todos os opcionais. Há ainda a opção de predisposição para blindagem.

O chassi foi redesenhado para suportar melhor cargas e torções. Além disso, a suspensão traseira recebeu novos amortecedores, mais fortes e reposicionados. As mudanças priorizaram também o uso em áreas alagadas, com o aumento na capacidade de atravessar, sem o uso de snorkel, até 800 mm (antes eram 600 mm). Com o equipamento, a capacidade chega a 1,70 m. Ou seja, fica com apenas um palmo de carroceria fora d’água.

O motor segue sendo o 2.8 diesel da Cummins, que gera 150 cv de potência a 3.200 rpm e 36,7 kgfm de torque entre 1.800 e 2.700 giros. O câmbio é sempre manual de cinco marchas, mas uma das principais novidades agora é a possibilidade de colocar, opcionalmente, a caixa de transmissão reduzida no AM 200 – na configuração top, a AM 300, isso é de fábrica. O tanque de combustível passou a armazenar 28 l a mais, totalizando agora 100 l. De série, já chegam computador de bordo, piloto automático e direção hidráulica. Quem priorizar o conforto pode incluir ainda ar-condicionado, central multimídia com GPS e tela touch, guincho elétrico, retrovisor elétrico, vidro elétrico, trava elétrica, câmara de ré e sensor de estacionamento.

Força Bruta. É só encarar uma sessão off-road para perceber que todas as escolhas da Agrale têm um propósito: assegurar que o Marruá seja capaz de encarar as mais impressionantes situações, desde lama a trajetos com pedregulhos e inclinações capazes de meter medo em aventureiros de primeira viagem. O quadro de instrumentos é completo – tem até computador de bordo –, e o desenho do interior segue uma lógica funcional que exclui qualquer preocupação estética. Os bancos são firmes, e o espaço interno é bem amplo – é possível deixar o assento do motorista e passar para o banco traseiro sem precisar sair do modelo. Em movimento, a impressão que se tem é a de que o conforto ficou bem longe da lista de prioridades. A direção hidráulica só alivia mesmo o peso em baixas velocidades, para manter a boa manobrabilidade. A pegada do volante é agradável, mas o câmbio é duro e com engates bem secos. Além disso, ao contrário do que se vê na maioria dos carros, a primeira marcha é para baixo, a segunda, para cima, e assim sucessivamente.

Mas é no meio da lama, entre pedras, buracos, valões, rios e barrancos, que o Marruá parece encontrar seu “hábitat”. A capacidade off-road é extrema. São 57º de ângulo de entrada, 30º de saída e capacidade de rampa de 60%. De acordo com a própria Agrale, o veículo pode atravessar trechos com até 80 cm de água sem a utilização de um snorkel. De fato, depois de uma manhã pondo à prova o Agrale Marruá, fica difícil imaginar que obstáculo seria capaz de detê-lo.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!