O vôlei com conhecimento e independência jornalística

Não há como mudar a história, mas se pode moldar a narrativa.

O Brasil do Zé deixa Paris com a sensação de que poderia ter ido além. 

A comemoração efusiva após a vitória contra a Turquia, garantindo a medalha de bronze, representa alívio para parte de uma geração que parou na hora H.

Foi assim desde os jogos de Tóquio em 2021, passando pelo Mundial de 2022, VNL e chegando aos jogos de Paris.

O Brasil do Zé sempre esteve entre os primeiros, mas desde então não foi o primeiro.

Uma barreira ainda intransponível.

Nada apaga o esforço, dedicação e determinação de boa parte das envolvidas, tirando claro as 'turistas' inevitáveis, como Lorenne, a bola da vez.

A questão é: será que o Brasil evoluiu no ciclo olímpico?

Bem, deixando as emoções e o patriotismo de lado, algo fundamental no processo, depende muito do ponto de vista.

Se em 2021 a seleção foi prata em Tóquio e agora bronze em Paris, a resposta é não.

Agora se na VNL perdeu a semifinal, caindo na disputa do terceiro lugar, e na Olimpíada se recuperou saindo com medalha, dá para dizer que sim.

Há quem diga que uma escolha mudaria toda uma história.

Pode até ser, mas essa é uma discussão interminável envolvendo nomes e opções de José Roberto Guimarães.

E há quem diga também que as coisas não mudam, é a gente que muda a maneira de olhar, só isso.

Levando-se em conta o olhar, o Brasil de 2024 deixa a Olimpíada, curiosamente, mas leve e feliz que 2021 quando foi prata no Japão, uma posição acima.

Enquanto muitos colecionam desculpas para não sair do lugar, existem outros que não medem esforços para vivenciar histórias que valem a pena serem contadas.

A do Brasil do Zé, vale a pena ser contada.