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O relógio é implacável.

E na vida, como no esporte em geral, o tempo perdido não volta mais.

A VNL, recém-encerrada, reparou uma das maiores injustiças desde a era Renan, passando pelo ciclo passado sob comando de Bernardinho e com influência direta do Senado.

E o tempo, de novo ele, traz as respostas para todas as perguntas. O difícil é esperar.

Maique foi paciente, muito mais que os críticos e a torcida.

Thales, verdade seja dita, não fazia parte do Senado, mas era blindado internamente.

As comissões técnicas, coniventes, acatavam as decisões daqueles que ditavam as regras e apitavam no dia a dia.

A seleção funcionou, ou melhor, não funcionou dessa forma quase 8 anos.

Maique foi convocado diversas vezes durante esse período, jogou uma ou outra partida, mas sempre fazendo figuração no conhecido jogo de cartas marcadas.

O fracasso nos dois últimos ciclos olímpicos, incluindo o dele, fez a CBV exigir novas condições para Bernardinho seguir no cargo.

Apesar da conhecida parceria política com Radamés Lattari, o verdadeiro patrão cedeu à pressão, engoliu o fim do Senado e consequentemente iniciou a necessária renovação.

Maique, enfim, ganhou espaço.

Às vezes o silêncio é a melhor resposta.

Foi o caso do ex-líbero do Minas e futuro jogador do projeto de Guarulhos em Brasília.

O lema de Maique foi simples: era melhor estar preparado para uma oportunidade e não ter nenhuma, do que ter uma oportunidade e não estar preparado. 

E assim aconteceu.

Na primeira competição oficial como titular, Maique conquistou a medalha de bronze e foi eleito o melhor líbero da VNL.

O único representante da seleção brasileira.

É aquilo: o atraso é a prova mais convincente de egoísmo e soberba.