“Falta pouco”. Foi a legenda de uma foto postada ontem por Matías Zaracho nas redes sociais. Na imagem, o argentino corre em campo, na Cidade do Galo, em reta final de recuperação após cirurgia para correção de uma “hérnia do esporte”, na região do púbis. Ele certamente está feliz com o iminente retorno, mas ninguém deve estar mais satisfeito com a notícia que Gabriel Milito.
Zaracho é o motor do time do Atlético desde que chegou. Me lembro até hoje dos bastidores da contratação, em 2020. O nome foi oferecido por um agente e, quando Sampaoli soube, ficou maluco. Não parou de encher o saco da diretoria (especialidade dele) até o negócio ser efetivado. O careca é mala, a gente sabe, mas entende de bola como poucos. Sabe que Zaracho potencializa o desempenho coletivo de qualquer time.
O colega Wadson Fernandes fez um levantamento que aponta que, desde que Zaracho chegou, a temporada mais “inteira” dele foi justamente a primeira completa, em 2021. Esteve fora por problemas físicos em apenas 13% dos jogos. A partir de 2022, esse número sempre foi superior a 30%, chegando a 50% em 2024. Sim, Mati só esteve disponível em metade dos jogos deste ano. Ah, e a temporada em que mais contamos com ele ter sido a temporada em que ganhamos tudo não é coincidência.
Bem fisicamente, Zaracho é titular em qualquer time do país. Milito, que não é de falar muito de titularidade e prefere valorizar o grupo, já falou com todas as letras que Zaracho sempre vai ter um lugar no time quando estiver inteiro. É o famoso “todocampista”. Faz tudo em campo. Marca, combate, tem bom passe, dá opção pra jogar o tempo inteiro, sabe se posicionar em qualquer zona do gramado e, vez ou outra, ainda pisa na área pra fazer um de seus golaços. Jogador raríssimo.
É claro que a questão física precisa ser considerada. Zaracho tem contrato até o fim de 2025 e, na discussão de renovação, a frequência de ausências é um fator a ser colocado na mesa. Mas não é hora de falar disso. O que importa, agora, é que Mati está voltando e já pode ser novidade nos duelos com Vasco e River na reta final do mês (dependendo da evolução da recuperação, claro).
A notícia, que já seria boa em qualquer contexto, é ainda melhor se considerarmos a lesão do Bernard. Bem ou mal, era nosso meia mais confiável até machucar o joelho. Nosso setor criativo tem uma clara lacuna, que Zaracho sabe ocupar como ninguém.
Que volte bem, como um motor totalmente recuperado, que funciona com a potência que sempre teve e potencializa o desempenho das outras peças. O Galo agradece.
Bom retorno, Mati!