Nos últimos dias, o universo atleticano se dividiu em dois núcleos. Os racionais cravam que não temos a menor chance na final do dia 30, contra o Botafogo. Afinal, se o Galo não está jogando nada, e os cariocas estão jogando muito, temos um resultado óbvio. Os passionais radicais ignoram as probabilidades e seguem confiantes que, de alguma forma, seremos. Respeito os dois lados e, de alguma forma, dou razão a ambos.
Racionalmente, de fato: tá difícil ser otimista. Sete jogos sem vencer, uma vitória em 10 partidas. Péssimo desempenho defensivo, acompanhado por um ataque inoperante. Parece que o time desaprendeu a jogar bola, o esquema não funciona, temos vários jogadores em crise técnica, entre outros problemas.
Avaliando o jogo jogado, como a gente pode cobrar confiança de um torcedor que há semanas aguarda ansioso por um bom jogo e não recebe nada em troca? Não dá. A você que jogou a toalha: te entendo. Mas tenho a obrigação de te lembrar que, quando tudo vai embora, fica o Clube Atlético Mineiro.
Independentemente do que acontecer nos próximos dias, é nossa camisa que estará em campo (pela segunda vez na história) numa final de Libertadores, daqui a 12 dias. E se é o jogo da vida pra você, pode acreditar: é o jogo da vida do Everson, do Battaglia, do Paulinho, do Hulk e de tantos outros. Do Milito também.
Se a confiança vem do irracional neste momento, vamos juntos, abraçados com a ilusão de que todos vão reencontrar suas melhores versões na hora certa. Afinal, torcer não é sobre isso?
Enquanto os racionais cravam a derrota em Buenos Aires, tem gente na internet organizando rua de fogo pro duelo com o Botafogo, nesta quarta, no Independência, pelo Brasileirão. Detalhe: o jogo terá portões fechados.
Racionalmente, o que explica a ação de um bando de malucos que vai sair de casa na quarta-feira à noite pra ir pra rua, acender sinalizador e passar um apoio pros jogadores, durante segundos, sem poder nem entrar no estádio logo depois? Nada. Foi-se a racionalidade, fica o Clube Atlético Mineiro.
Racionalmente, o que explica um escorregão de um certo jogador argentino, defendendo um certo clube paraguaio, depois de driblar certo goleiro, num gramado perfeito, em certa decisão de 2013? Nada. Foi-se o Ferreyra, venceu o Clube Atlético Mineiro.
Se a lógica está do outro lado, vamos lutar contra ela também. Espero que, em breve, tenhamos de novo motivos racionais pra acreditar. Espero ansioso o abraço dos matemáticos pessimistas e dos otimistas incuráveis. Por ora, cada um pro seu lado - mas seguimos igualmente atleticanos, todos.
Aos racionais: entendo o desânimo. Aos malucos: muito obrigado. No fim das contas, vocês são essenciais pra que, de um jeito ou de outro, siga vivo o Clube Atlético Mineiro.
Vamos buscar! Como? Não sei. Mas vamos.
Saudações.