Calculadora na mão pra fazer contas simulando resultados de Betim, Tombense e Atlético. Sim, é essa a realidade do atleticano em pleno início de fevereiro. Bate o desespero, é claro, principalmente quando a gente lembra da sequência de 18 (!!!) finais seguidas que o Galo defende no Campeonato Mineiro. E o desespero é perigoso, porque pode desvirtuar responsabilidades. É hora, então, de dar a César o que é de César.
O time principal do Galo fez cinco jogos até aqui na temporada (dois amistosos e três pelo Mineiro). Empatou os dois nos Estados Unidos, empatou com o América (produzindo para vencer) e venceu Villa Nova e Athletic. Tomou um gol, fez 3. Resultados tímidos, mas normais pra um início de temporada. O desempenho, mesmo longe do ideal, também é normal pra esse contexto. Ainda assim, o risco de ficar fora da semifinal do Mineiro é enorme. E isso não é normal. Que lembremos, então, de quem é a responsabilidade.
Não é de Cuca, que está buscando o modelo ideal de jogo e até agora não tem o elenco completo. Não é do Alonso, do Scarpa, do Franco. Nem mesmo do Rubens ou do Júnior Santos, apesar da expulsão infantil deste último no Mineirão. Se a tragédia acontecer e o Galo ficar fora das finais do Mineiro (o que não acontece desde 2006), o vexame terá o carimbo dos responsáveis pela base e pelo planejamento do profissional.
Da base, claro, pelo time fraco que o Atlético mandou a campo nas três primeiras rodadas do Mineiro. Com todo respeito aos meninos (e isso não é uma crítica pessoal a nenhum deles), mas um clube que investe o que o Galo investe em formação precisa ter condição de ganhar ao menos um jogo (em três chances) contra adversários como Aymorés, Democrata e Pouso Alegre. Não ganhou de ninguém.
E, claro, os responsáveis pelo planejamento do profissional. Se estavam cientes da qualidade da equipe sub-20 (esperamos que sim), não poderiam jamais correr o risco que correram. Ameaçaram um possível hexacampeonato que não vem desde a década de 80. O que veio em troca? Uma viagem sem nexo pra América do Norte, dois jogos fraquíssimos, uma lesão grave de uma prata da casa e, se muito, um fortalecimento de marca (não sei de qual, mas alguma marca se fortaleceu nessa brincadeira).
Me perdoem pela repetição. Já escrevi isso em outra coluna, mas vai de novo: os responsáveis pelo atual drama no Mineiro, que não vestem chuteira e nem comandam treino debaixo de sol, precisam torcer dobrado pela classificação. Caso ela não venha, vai ficar muito claro, pra todo mundo, de quem foi a responsabilidade do fracasso.
Foco no clássico. Saudações.