Ao que tudo indica, Rubens não joga mais pelo Galo. A proposta de 12 milhões de euros (do futebol russo) agradou, e a negociação deve acontecer. Vejo a possível saída com muita preocupação - e não por causa dos valores.
A proposta é interessante. É muita grana, e o Atlético, com 80% dos direitos econômicos, deve ficar com mais de R$ 60 milhões. Acho que está bem pago. O problema é a destinação do dinheiro. Rubens é uma peça-chave do elenco atleticano e, sinceramente, não acredito em reposição à altura.
Por que não acredito? Bom, primeiro pela situação financeira do clube. Obviamente, a primeira destinação do dinheiro será colocar em dia os salários atrasados. Dos 60 milhões, uma parte já vai embora.
O segundo problema é que repor Rubens não é nada simples. Não só pelo ótimo jogador que ele é, mas pela polivalência. Você não acha em qualquer esquina um jogador que é, ao mesmo tempo, um ótimo meio-campista e um lateral-esquerdo de ótimo nível. Não tem. Ou seja: pro elenco não perder qualidade, o clube precisaria buscar, pelo menos, dois jogadores (de alto nível). Com menos de R$ 60 milhões? Improvável.
Pra piorar, o recado que a diretoria do Atlético passou nas últimas movimentações no mercado (desde o meio de fevereiro) não foi positivo. Saíram Otávio, Deyverson, Alisson e Palacios (somadas, as negociações têm valores que superam R$ 80 milhões). Chegaram Iván Román, João Marcelo, Vitor Hugo e Dudu (além da volta de Isaac). Ou seja: apostas e contratações sem custo de compra. Nenhum grande investimento.
Vamos aguardar os próximos capítulos. Se conseguirem repor à altura (e colocar em dia todos os débitos com o elenco), prometo voltar aqui, neste mesmo espaço, e admitir que errei. Enquanto isso, fica o pé atrás. E, claro, fica a preocupação (cada vez maior) com nosso meio-campo defensivo. Em breve, pelo andar da carruagem, não teremos mais ninguém pra jogar ali.
Saudações.