Não foi uma vitória qualquer, fortuita. No Rio, nos primeiros 90 minutos do duelo com o Flamengo na Copa do Brasil, o Galo venceu e convenceu. Um time concentrado, raçudo, que subiu ao campo de jogo determinado a vencer o elenco mais badalado do futebol sul-americano. E venceu com merecimento, confirmando uma tese que eu trouxe, neste mesmo espaço, há alguns dias.
A classificação na Sul-Americana, no último dia 24, deixou alguma coisa no ar. Quem estava na Arena MRV, como eu, sentiu um cheirinho de virada de chave. Ficou a impressão de que a zica ficou pra trás e que, a partir dali, as coisas seriam diferentes. A amostra de lá pra cá é pequena, é verdade, mas já tivemos ótimos sinais.
Já no domingo passado, pelo Brasileiro, o Atlético fez um jogo muito digno contra o Flamengo. Foi derrotado, é verdade, o que é um resultado normal dada a força do adversário, mas jogou pra, no mínimo, empatar. E deixou um recado: não seria presa fácil na Copa do Brasil.
No meio de semana, melhorou o que já tinha sido bom. A marcação individual funcionou ainda mais, ganhamos mais duelos, chegamos com mais perigo e, se estivéssemos em noite mais inspirada, poderíamos até ter feito mais gols. Levamos sustos também, claro. Ninguém joga contra o Flamengo no Maracanã e passa 90 minutos de paz e tranquilidade. Mas, de novo: merecemos vencer.
É óbvio que o extracampo ajuda a explicar. Salários em dia (enfim) e clima de mais união do elenco nos últimos dias. Até a triste notícia do falecimento do irmão de Cuca (nossos sentimentos à família), pelo que soubemos, uniu mais o grupo, que se propôs a vencer os cariocas em homenagem ao treinador. Deu certo.
Taticamente, melhoramos. Coletivamente, fomos um time mais forte desde aquele pênalti cobrado pelo Everson, que garantiu nossa vaga nas oitavas da Sula. Em 2021, foi justamente depois de uma disputa de pênaltis, com Everson protagonista (contra o Boca), que o Galo deslanchou. Depois daquele jogo pela Libertadores, emendamos uma sequência de 21 jogos com apenas uma derrota. O resto é história. Vocês lembram como o ano terminou.
Não, não estou empolgando e dizendo que agora tudo será como 2021. Aquele time era muito melhor que o atual. Alexsander foi ótimo reforço, estou otimista com a provável chegada de Reinier, mas nosso elenco ainda tem carências claras, que espero que sejam supridas. Mas sim, estou confiante com a virada de chave que, ao que tudo indica, já aconteceu.
Dentro das nossas limitações, dá pra sonhar com um segundo semestre de 2025 digno.
Amém?
Saudações.