De todas as virtudes de Jorge Sampaoli, uma delas me deixa especialmente animado pra essa segunda passagem do argentino pela Cidade do Galo: a capacidade do treinador de potencializar jogadores. E de todos os possíveis “potencializáveis” por ele, deposito muita expectativa em um específico: Guilherme Arana.
No seu melhor momento, Arana foi, com folga, o melhor lateral-esquerdo do país. Jogou bola demais em 2020 e 2021 e, se não fosse a lesão gravíssima em 2022, estaria na Copa do Mundo do Catar. Desde a lesão, porém, não vem apresentando o mesmo desempenho, especialmente nesses últimos meses (do fim de 2024 pra cá). É a hora de Sampaoli dar um jeito nisso.
Lembro bem do posicionamento do camisa 13 naquele ano da primeira passagem do argentino pela Cidade do Galo. Sem bola, era lateral, marcando na linha de quatro com muita segurança. Com bola, Arana atacava por dentro, quase que como um meia, indo à linha de fundo e pisando na área sempre que tinha oportunidades, fazendo gols e distribuindo assistências. Foram 15 participações na temporada. Pilar do time.
Neste ano, Arana me parece travado, sem confiança. Ultrapassa pouco, tenta poucas jogadas verticais, se apresenta pouco ao ataque. Pra mim, faz a pior temporada dele com a camisa do Galo. É claro que uma parcela disso é de responsabilidade do jogador, mas uma outra parcela tem a ver com a estrutura do time. O Galo de 2025 foi, até aqui, uma bagunça, e isso atrapalha o desempenho individual de todo mundo.
Guilherme Arana é ídolo do Clube Atlético Mineiro. É o melhor lateral-esquerdo que eu, aos meus 30 anos de idade, vi jogar com a camisa do Galo. E tenho certeza: não desaprendeu a jogar bola. Se Sampaoli der o padrão de jogo à equipe que imagino que ele vai dar, voltaremos a ver um bom Arana em ação. Não precisa nem ser o “Arana de 2021”. Se for 60% do que foi, já será destaque do time.
Boa sorte a ele, ao careca e a todos nós. Vamos, Galo!
Saudações.