Vem chamando atenção nos jogos do Cruzeiro a falta de competitividade que o time tem mostrado em relação às disputas com os adversários. Houve um momento nesta temporada que a equipe, mesmo limitada tecnicamente, tornou-se combativa e conseguia sobrepor-se às suas deficiências com uma marcação ajustada e com muitos roubos de bola. 

Hoje o time encontra dificuldades no combate. Com um jogo frente a um rival argentino batendo à porta, será extremamente necessário mostrar esse espírito aguerrido, de disputa por cada bola, cada centímetro de espaço, ainda mais pelos resultados acumulados do Lanús - muitos empates e nenhuma vitória desde agosto, quando superou a LDU por 3 a 1, em casa, pelas oitavas de final da Sul-Americana. Eles estão depositando todas as fichas neste torneio. 

Estou verdadeiramente ansioso para saber quando o Cruzeiro, de fato, entrará em campo, tendo em vista as últimas apresentações. Os dois últimos jogos verdadeiramente bons do time celeste foram, sem dúvida, o duelo com o Botafogo, pelo Brasileirão, e a partida de ida contra o Libertad, na Sul-Americana. É muito pouco para um período de praticamente três meses de bola rolando. 

A falta de competitividade pode ser fruto também da preparação física. Percebo que o time está perdendo o gás no segundo tempo, com jogadores sentindo cãibras, expondo o cansaço. E isso depois de uma longa Data FIFA, como pudemos presenciar no jogo contra o Bahia, na última sexta-feira. 

Isso pode ser, em partes, até positivo, porque mostra que Fernando Diniz não está aliviando nos treinamentos. Mas é preciso ter um condicionamento em dia para suportar, além do desgaste do fim de temporada, a pressão pelos resultados nos jogos decisivos que o clube terá pela frente, especialmente nos derradeiros duelos da Copa Sul-Americana. 

Além de ter fôlego, o Cruzeiro precisa ter cabeça nestas partidas e valer-se também da malícia. Por vezes, o time mostra certa ingenuidade. É preciso ter leitura de jogo para entender que uma falta pode ser valiosa para evitar um ataque perigoso ou um potencial gol do adversário. 

É trabalhar a imposição física e realmente intimidar o adversário, seja na base da chegada mais dura, da marcação pressão ou dos ataques que deixarão a defesa do oponente em apuros. 

Como o trabalho de Diniz é ainda muito recente, o Cruzeiro atual encontra-se ainda sem uma cara, sem uma identidade definida. Torço para que na próxima quarta-feira, o time demonstre essa evolução e vibre na mesma importância do jogo.

Será preciso mais do que o talento de Matheus Pereira ou as defesas espetaculares de Cássio. É preciso que o time como um todo esteja na mesma sintonia e faça um jogo de afirmação.

Sabemos que o time tem suas limitações, um banco que não está conseguindo responder à altura nesta reta final. Mas que não falte a entrega máxima e a transpiração. É preciso que o campo esteja ligado às arquibancadas para buscar o resultado diante dos argentinos. É pressão, é sangue no olho, é semifinal de Copa. 

Para cima, Cruzeiro!