O Cruzeiro, mais uma vez, desapontou no Brasileirão. O que tem sido uma rotina tenebrosa há muito tempo. Esse time está há dois meses empurrando o torneio nacional com a barriga. Na verdade há mais tempo, desde o famigerado jogo contra o Botafogo. A fase só aumenta a fila de desculpas a Fernando Seabra. Se não fosse o atual técnico do Red Bull Bragantino, o Cruzeiro estaria em uma situação bem difícil no Brasileirão.
Aliás, a campanha desleixada desse time desinteressado é de rebaixado no returno. Os jogadores poderiam poupar o torcedor desses vexames avisando que não querem jogar o torneio. Mais uma vez, a torcida compareceu para ver o roteiro se repetir em um looping sem fim de improdutividade, desorganização e ausência de bola na rede. Como o Cruzeiro perde gols. É um parto para estufar as redes adversárias.
E nessa tragédia já conhecida, tem muito personagem principal virando vilão com uma bolinha bem curta. É muita firula e pouca produtividade. Os convocáveis senhores William e Matheus Pereira andam precisando se explicar. Diniz vai ter trabalho para recuperar o moral dos dois, que andam com um futebolzinho bem fraco há algum tempo. Sem contar outros, como Marlon.
O próprio Fernando Diniz, inclusive, precisa mostrar mais do que fez até agora. Lembremos que o mesmo treinador estava no Fluminense em parte desta temporada e só venceu UM JOGO no Brasileirão pelo time carioca, sendo demitido com a equipe na lanterna do torneio nacional.
Ou seja, Diniz tem uma vitória no Brasileirão 2024. Somando o desempenho por Fluminense e Cruzeiro na competição nacional, o técnico levou suas equipes a míseros oito pontos conquistados em 48 possíveis (aproveitamento de 16,6%). São dez derrotas, cinco empates e uma vitória até o momento no Brasileirão, tendo sido demitido do Fluminense com o pior início do clube na era dos pontos corridos, além de contribuir para que o Cruzeiro registre uma campanha de time rebaixado no returno do torneio.
Alguma coisa está errada no que o técnico vem desenvolvendo. Talvez seu jogo esteja mais manjado pelos adversários ou então falta muito do fator novidade para surpreender os rivais. O certo é que, como já tinha dito em uma coluna passada, muitas vezes é melhor fazer o simples, o feijão com arroz quando se tem um time visivelmente limitado tecnicamente.
É um desespero ver o time tentando sair jogando no toque de bola e tomando um apavoro considerável com uma marcação alta do oponente. Quando fazem isso dentro da área é pior ainda. Lembro quando Diniz chegou ao Cruzeiro e em sua primeira coletiva citou Arsenal e Arteta. Toda vez que vejo um jogo da Raposa desde então, a única coisa que me vem à mente é o pensamento: "não dá para esse time sair tocando bola desde o campo de defesa achando que é o Arsenal".
Não é normal um time registrar uma derrocada tão grande em um campeonato nacional. A displicência do time só não foi castigada de uma forma mais dura porque os adversários ainda estão sofrendo para encontrar um ritmo e ultrapassarem de forma definitiva o Cruzeiro na tabela.
Quando foi demitido do Fluminense, um mês depois de ter seu contrato renovado, Diniz falou que sua equipe havia sido muito leniente após as conquistas. Esse Cruzeiro atual não ganhou absolutamente nada e a leniência vem sendo grande. Já são meses de futebol praticamente inexistente, acobertado pela campanha da Sul-Americana.
Até quando o Cruzeiro vai se conformar com a mediocridade?