Finalmente foi possível matar as saudades de um jogo do Cruzeiro. Um ensaio geral interessante diante de um Bragantino que também se movimenta para a estreia na Série A do Brasileirão no próximo fim de semana.
Em termos ofensivos, achei bastante interessante o quarteto com Wanderson, Dudu, Kaio Jorge e Gabigol, especialmente pelo fato de trabalhar estes homens de frente como meias mais abertos. Obviamente, essa pode não ser uma rotina, tendo em vista o calendário e também o nível dos adversários que o time celeste terá pela frente, mas é bom ter esta carta na manga, ainda mais com a inconstância de Matheus Pereira, que ainda não tornou-se uma peça vital dentro do estilo de Jardim, ao menos pelo que tem sido exposto desde o Mineiro.
Se na frente foi possível ver bons sinais, a retaguarda celeste segue oscilante. A ideia pode ser boa, mas se não houver marcação, uma pegada mais forte no meio-campo, o Cruzeiro vai continuar desequilibrado. A tentativa da vez foi ter Walace e Matheus Henrique juntos, mas a dupla sofreu bastante. Um time com buracos, dando espaço para que o Bragantino atacasse pelas laterais, sem contar a dificuldade na saída de bola.
Villalba foi o escolhido para tentar sustentar a defesa, com o Cruzeiro abdicando do ataque pela lateral esquerda, e Jardim soltando William para atuar de forma mais ofensiva, inclusive o jogador teve boa movimentação no amistoso. Mesmo com essas intervenções, senti ainda um time frouxo, sem aquele bote preciso, não à toa teve que recorrer às faltas para segurar o Red Bull Bragantino. A transição defensiva segue defeituosa. É preciso ter agilidade nesta saída e dar combate quando o adversário possuir o controle da posse de bola.
Existem perspectivas boas sobre o time, como a capacidade de resposta rápida, os contra-ataques, a movimentação proposta pelos homens de frente, com um Kaio Jorge bem móvel. Mas claro, existem também pontos de atenção e ajustes que serão precisos para transformar este Cruzeiro em um time mais coeso e uniforme.
A partir do próximo fim de semana será para valer e com pouco tempo para respiro. Que Jardim consiga encontrar estas respostas e que o time celeste atinja, no decorrer das partidas, este entrosamento e identidade. O desafio segue o mesmo. O Cruzeiro ainda está em busca da formação ideal.