É verdade que as mulheres têm mais dificuldade de chegar ao orgasmo? Sim, é fato que as mulheres enfrentam mais desafios para atingir o orgasmo devido a vários fatores, sejam eles fisiológicos ou psicológicos. Além disso, a resposta sexual feminina é diferente da masculina. Além dos fatores físicos, a mulher é fortemente influenciada por fatores emocionais. Para que ela se permita estar relaxada e excitada, é importante que ela se sinta segura e em estado de bem-estar.

Mas não é somente isso que influencia no orgasmo e no prazer feminino. Crenças limitantes e tabus culturais também podem dificultar o prazer feminino, criando barreiras psicológicas. Muitas mulheres não recebem uma educação sexual adequada que ressalta a importância do prazer, o que resulta em falta de autoconhecimento. Sem conhecer bem seus corpos, elas não conseguem comunicar de forma eficaz suas necessidades e preferências aos parceiros. Muitas nem sequer sabem onde fica o próprio clitóris.

Imagine a seguinte cena: você está num momento íntimo, mas sente que algo está faltando, algo que aprofunde a conexão com seu parceiro. Muitas vezes, vemos o prazer sexual apenas como uma fonte de prazer físico, mas ele pode ser muito mais do que isso. O prazer feminino é uma jornada de autoconhecimento e conexão, que pode transformar completamente a maneira como você se relaciona com seu próprio corpo e com o seu parceiro. E ainda mais além, o sexo precisa ser bom. Como o seu corpo vai se excitar ou criar desejo para algo que não é prazeroso para você?

Fato é que ninguém nasceu sabendo como proporcionar ou sentir prazer, muito menos como fazer sexo, e já digo: a pornografia não é a melhor escola para se aprender a consumar o ato.

Sexo e o corpo

Quando o sexo é satisfatório, o cérebro libera uma série de hormônios que contribuem para a sensação de prazer e bem-estar. A dopamina, conhecida como o "hormônio da recompensa", é liberada durante o sexo e é responsável por criar uma sensação de prazer intenso. A ocitocina, muitas vezes chamada de "hormônio do amor", é liberada durante o orgasmo e fortalece os laços emocionais entre os parceiros, promovendo sentimentos de amor e conexão.

Além disso, a serotonina, um neurotransmissor que regula o humor e a sensação de felicidade, também é liberada durante o sexo. Isso explica por que muitas mulheres se sentem mais relaxadas e contentes após uma boa relação sexual. Endorfinas, que são analgésicos naturais do corpo, também são liberadas durante o orgasmo, proporcionando uma sensação de euforia e bem-estar.

Esses hormônios não apenas aumentam o prazer físico, mas também reforçam a conexão emocional entre os parceiros, criando um ciclo positivo de intimidade e satisfação. Portanto, o sexo não é apenas uma experiência física, mas uma combinação complexa de reações químicas no cérebro que contribuem para a saúde emocional e o bem-estar geral.

Há um mito comum de que o prazer sexual das mulheres diminui com o tempo, mas a realidade é mais complexa. Estudos indicam que a frequência dos orgasmos pode variar ao longo da vida, mas não necessariamente diminuir. Muitas mulheres relatam uma melhora na qualidade dos orgasmos à medida que envelhecem, especialmente porque se tornam mais confortáveis com seus corpos e mais abertas a explorar novas formas de prazer. Mulheres que alcançam prazer de forma consistente em suas relações costumam comunicar suas necessidades e preferências aos parceiros. 

Elas também utilizam diversas formas de estimulação durante o sexo, como a estimulação clitoriana e a mudança de posições para maximizar o prazer. Técnicas como "pairing" (estimulação clitoriana simultânea à penetração) e "rocking" (movimentar a base do pênis ou brinquedo para esfregar constantemente o clitóris) são algumas das estratégias usadas para aumentar o prazer.

Menopausa

A menopausa traz mudanças hormonais que podem diminuir o desejo sexual, mas não o eliminam completamente. Terapias hormonais, lubrificantes e mudanças no estilo de vida podem ajudar a manter uma vida sexual satisfatória após a menopausa. É crucial que as mulheres se sintam confortáveis em buscar ajuda médica para lidar com essas mudanças. A comunicação aberta com o parceiro é essencial para manter uma vida sexual satisfatória em qualquer idade. À medida que as mulheres envelhecem, a experiência e a confiança podem levar a uma comunicação mais eficaz sobre desejos e necessidades sexuais, o que pode aumentar a satisfação e o prazer. Mulheres que se sentem emocionalmente conectadas com seus parceiros tendem a ter uma vida sexual mais gratificante.

A autoestima também desempenha um papel crucial na experiência do prazer sexual. Mulheres que se sentem bem com seus corpos e que têm uma imagem corporal positiva são mais propensas a desfrutar de uma vida sexual satisfatória. Envelhecer pode trazer uma aceitação maior de si mesma, o que pode resultar em uma sexualidade mais plena e prazerosa. Portanto, ame o seu corpo, se cuide. Fazer atividade física ou talvez dançar sozinha enquanto faxina a casa pode ser uma ótima pedida para aumentar o seu desejo e satisfação sexual. Aprenda a se tocar e a conhecer o seu corpo. Mas este é o assunto da nossa próxima coluna. Ame e goze, pois quem goza não quer guerra com ninguém.