Eterna luta
Desde os primórdios, desde que o mundo é mundo e humano, convivemos com guerras, violência, ganância. Bem didaticamente, a ideia de que o mal é a ausência do bem é “uma visão filosófica e religiosa que sugere que o mal não é uma substância ou entidade independente, mas sim a falta ou privação do bem. Essa perspectiva é frequentemente associada a Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino.
Luta inglória
Para Agostinho, por exemplo, o mal é a privação do Bem, como as trevas são a ausência da luz. Para Aquino, é a ausência do Bem, seja da perfeição suprema (Deus) ou de um bem menor que deveria estar presente. O Mal, nesse sentido, é uma imperfeição ou uma falta. Ou seja, o Mal não é criado por Deus, mas sim uma consequência da falta de perfeição ou da ausência de algo que deveria estar presente.
Inglória e musical
Se preferirem a filosofia de Jean-Jacques, Rousseau, o homem nasce bom, mas é corrompido pela sociedade, então a corrupção da sociedade deve ser atribuída à própria sociedade, às suas estruturas, instituições e práticas que moldam o comportamento humano. Tem também aquele samba, “Chico Brito”, de Wilson Baptista de Oliveira e Affonso Brito Teixeira, na voz maviosa e maravilhosa de Paulinho da Viola.
Foto: Guto Muniz/Divulgação
Musical e Fatal
“Chico, Brito, quando menino, teve na escola, era aplicado, tinha religião. Quando jogava bola era escolhido para capitão, mas a vida tem os seus revezes, diz sempre Chico defendendo teses, se o homem nasceu bom, e bom não se conservou, a culpa é da sociedade que o transformou”. Mais ou menos, certo? Tem muito canalha aí que nasceu prontinho e de frente pro crime.
Fatal e Sensacional
Quem quiser “testar” estas teses, não pode perder ou pode rever um grande sucesso de público e crítica em 2023, a ópera “Matraga”, de Rufo Herrera, de volta ao Palácio das Artes com o universo do sertão de João Guimarães Rosa. Mais uma vez, o impecável espetáculo tem direção musical de Ligia Amadio, regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.