A principal suspeita da morte de dois jovens, um rapaz de 20 anos e uma menina de 17, encontrados dentro de um carro, no Rio de Janeiro, é que eles foram vítimas de intoxicação por monóxido de carbono, liberado pelo escapamento do veículo. O vazamento do gás pode ser mortal.
Por ser uma substância incolor e inodoro — um gás "invisível" —, a intoxicação pelo monóxido de carbono é silenciosa. "A vítima não percebe o que está acontecendo", explica o toxicologista e patologista Álvaro Pulchinelli, da SBPT.
A intoxicação ocorre da seguinte forma: as moléculas de monóxido de carbono se ligam à hemoglobina (responsável pelo transporte de oxigênio do pulmão para os tecidos do corpo). Com isso, a circulação de ar é prejudicada, fazendo com que órgãos fiquem sem oxigênio. A consequência é a asfixia.
O monóxido de carbono é um subproduto da queima incompleta de combustíveis fósseis, como gasolina e diesel. Com isso, é liberado pelos veículos e pode representar um risco à saúde humana em caso de ausência de ventilação adequada. Túneis e estacionamentos cobertos são exemplos de lugares onde a concentração do produto pode ser maior.
O caso
Os jovens, identificados como Júlia Santos Oliveira e João Pedro Ramos das Neves, foram encontrados mortos dentro de um carro em Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, no início desta semana. Eles não apresentavam sinais de violência, segundo a Polícia Militar, citada por jornais locais. Júlia tinha saído de casa na manhã de segunda-feira (1º/07) e não deu mais notícias. Os vidros do carro estavam fechados e o ar-condicionado, ligado, o que reforça a suspeita de intoxicação. O laudo médico que pode confirmar a causa da morte, contudo, ainda não foi divulgado.
O caso é similar ao dos quatro mineiros encontrados mortos em Balneário Camboriú (SC) no início deste ano. Eles foram vítimas de um vazamento de gás em uma BMW. (Com informações de Gabriel Rezende)