Com o avanço da demanda por serviços via drones e o aumento das possibilidades de uso, as pessoas passam a ver a tecnologia cada vez mais como uma opção de negócio atraente. O número de pequenas empresas abertas com a classificação de negócio focado em fotografias aéreas e submarinas cresceu quase 10% no Brasil. Além disso, a procura por cursos de qualificação de pilotos dos veículos não tripulados também está em alta.

Levantamento feito pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base em dados da Receita Federal,  mostrou que em 2023 foram abertos 765 pequenos negócios nessa área, sendo 683 registros de micro e pequenas empresas. A analista do Sebrae Minas responsável pelos projetos de economia criativa, Nayara Bernardes, explica que essa classificação é uma pequena amostra do setor, uma vez que algumas empresas que utilizam drones têm outras classificações mais amplas.

"O mercado já sente uma alta na demanda por esses serviços.  Estamos vendo o uso de drones no agronegócio, em segurança, na realização de mapeamentos.Os usos são múltiplos e cada dia são criadas novas possibilidades. Nos últimos dez anos, nem existia a profissão de drone, agora temos cursos na área. A
tendência é de expansão desse mercado", afirma.

A profissão de piloto de drones é uma das 25 consideradas em alta, em 2025,segundo pesquisa do Linkedin, rede social especializada em relacionamento profissional. Com isso, até o perfil de quem procura por qualificação mudou. Há 5 anos, entusiastas da aviação e trabalhadores do setor de eletrônica eram os principais "clientes" dos cursos de piloto de drones. Hoje, esse perfil está mudando à medida que a carreira se torna mais atrativa, segundo Cassimiro Fernandes, instrutor do Instituto de Tecnologia Aeronáutica Remotamente Controlada (Itarc).

"Psicólogos, enfermeiros, farmacêuticos, médicos e até pilotos de avião comercial estão nos procurando. Acho importante as pessoas não perderem o'timing' e se capacitem, pois o setor está em expansão", orienta."É importante que a pessoa faça os cursos que precisa, entenda como funciona o equipamento, saiba os protocolos de segurança. Isso é fundamental para que ela veja um drone de R$ 300 mil, R$ 1 milhão e meio, e decole eles sem problema nenhum, sem medo, pois cumpriu todo o protocolo de segurança", completa Fernandes.

Mudança de "rota"

Formado em Administração, com MBA's e pós-graduação, além de uma carreira como atleta paralímpico, Max Guimarães resolveu, aos 63 anos, virar operador de drones, sua principal atividade hoje.

"Dá para atuar filmando eventos, no mercado imobiliário, mapeando terrenos e sítios à venda. Já recebi convite de mineradoras. Então, é um bom caminho para quem pensa em mudar de área", afirma.

De olho no avanço da tecnologia, o Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest Senat), já oferece um curso de operador de drones.

“O que era considerada uma profissão do futuro, hoje é uma realidade, pois vemos muitas vagas de emprego específicas para operadores de drone. E com bons salários", diz Roberto Amorim, técnico de formação profissional da unidade de Três Rios (RJ), onde o curso é oferecido gratuitamente para colaboradores de empresas que contribuem para a entidade.