Um juiz de Mato Grosso do Sul levou o caso ao CNJ após alegar perseguição pessoal por parte de membros do TJ/MS. Segundo ele, a origem do conflito seria uma agressão sofrida durante uma partida de futebol entre magistrados.

O juiz Ariovaldo Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos de Campo Grande (MS), entrou com um pedido de providências no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) alegando que foi preterido em uma promoção por merecimento ao cargo de desembargador por motivos pessoais.

No documento, Corrêa relata um episódio inusitado: durante uma partida de futebol na sede da associação dos magistrados (Amamsul), ele teria sido agarrado pelo pescoço e enforcado pelo desembargador Jairo Roberto de Quadros, que nem participava da partida, mas se aproximou após uma discussão no campo.

“Depois de um xingamento no calor do momento, pegou o requerente pelo pescoço tentando enforcá-lo”, diz a petição. O juiz afirma que o fato demonstra um histórico de desafeto que teria influenciado diretamente a sua nota baixa na votação para a promoção.

Segundo ele, o julgamento foi contaminado por perseguições e desavenças antigas. Corrêa recebeu notas que variaram de 55 a 95 entre os desembargadores e aponta que cinco membros sequer atribuíram nota — sem qualquer justificativa.

Além disso, o juiz sustenta que não teve acesso às papeletas de pontuação nem aos critérios usados na avaliação, o que violaria os princípios da publicidade e da moralidade administrativa.

O magistrado também sugeriu haver indícios de favorecimento, citando ligações entre os candidatos promovidos e desembargadores afastados por suspeita de corrupção na Operação Última Ratio. “A eleição foi um jogo de cartas marcadas”, escreveu.

No CNJ, o processo foi distribuído ao conselheiro Pablo Coutinho Barreto, que determinou a intimação do TJ/MS para apresentar defesa e encaminhar a íntegra do processo de promoção 066.302.0001/25 no prazo de 15 dias.

O caso ainda está em análise no Conselho.

Fonte: Migalhas

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