Um grupo de formandos do curso de direito de uma faculdade em Chapecó, Santa Catarina, denunciou uma colega de turma por supostamente desviar R$ 76,9 mil do fundo de formatura. Por meio de nota, Joel Sustakovski, advogado da aluna, disse que ela confessou ter se apropriado dos valores, que foram usados em apostas online, especialmente o Jogo do Tigrinho.

O caso, que aconteceu na Unidade Central de Educação Faem Faculdade (UCEFF), foi registrado em boletim de ocorrência e está sendo investigado pela Polícia Civil.

Ainda segundo o advogado, serão tomadas medidas judiciais para tentar recuperar o montante perdido nos jogos e os valores serão devolvidos. Além disso, a estudante aguarda ser chamada para depoimento na delegacia.

Joel pediu que o nome da estudante não fosse divulgado, porque ela estaria "sendo coagida por terceiras pessoas e revelar o nome pode colocá-la em perigo". O advogado afirmou, ainda, que a aluna também teria usado dinheiro próprio nas apostas e que a situação é um alerta sobre as apostas online.

Suspeita era presidente da comissão de formatura

Segundo o boletim de ocorrência, assinado por 15 estudantes, os alunos começaram a arrecadar o dinheiro há três anos, com o objetivo de pagar a festa de formatura, que estava marcada para o dia 22 de fevereiro deste ano. A empresa contratada para realizar o evento orçou o valor total em R$ 78,9 mil.

Os alunos da comissão de formatura decidiram depositar os valores na conta da suspeita do desvio.

No dia 27 de janeiro, ainda segundo o documento, a empresa informou que a aluna havia dito que não tinha mais o dinheiro, pois havia perdido tudo em apostas online. Os membros da comissão tentaram entrar em contato com a suspeita, que teria confirmado a história e, em seguida, desaparecido.

Uma das alunas da turma, Nicoli Bertoncelli Bison, 23 anos, afirmou que a suspeita não atende ligações e não responde mensagens. Segundo Nicoli, haveria informações de que a aluna teria saído da cidade onde morava.

Nicoli disse ainda que a comissão de formatura foi formada por alunos que se voluntariaram. A suspeita, continuou, voluntariou-se para ser presidente do grupo.

"E desde então, ela sempre foi em busca das coisas, aparentava ser muito dedicada, e a gente não desconfiou até o último minuto. A gente nunca cogitou que isso fosse acontecer, praticamente um mês antes da nossa formatura. Não tinha mais nenhum valor na conta bancária", contou.

Conforme o delegado Rodrigo Moura, da Polícia Civil de Chapecó, a suspeita é de que a aluna tenha cometido furto por apropriação indébita ou estelionato.

A diferença entre os dois crimes é que, no primeira caso, a pessoa que se apropria do valor não tinha a intenção de desviá-lo. Já no estelionato, há a intenção de cometer o crime desde o início.

A polícia já instaurou um inquérito e vai ouvir ouvir todas as pessoas envolvidas. A investigação deve ser concluída em duas semanas.

"A delegacia já fez pedidos para tentar rastrear o dinheiro e, se possível, recuperar uma parte dele. E isso está pendente ainda de decisão por parte do Poder Judiciário", disse o delegado.

Agora, os formandos estão tentando juntar dinheiro para realizar a festa de formatura. Eles criaram um perfil em uma rede social para divulgar as ações de arrecadação.